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Fiocca aposta em aumento de 10% no orçamento do BNDES

Caso isso ocorra, haverá continuidade da expansão dos desembolsos do banco, em termos reais, acima da variação do Produto Interno Bruto do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deverá elevar o orçamento do BNDES em 2007 em relação ao ano passado - quando inicialmente chegou a R$ 60 bilhões -, segundo o presidente da instituição, Demian Fiocca. Mas, segundo ele, ainda não é possível adiantar de quanto será o aumento. A reunião do Conselho de Administração para definição do valor será realizada em meados de fevereiro. Fiocca explicou que espera um aumento anual de 10% nos investimentos no País nos próximos anos. Com isso, haverá continuidade da expansão dos desembolsos do banco, em termos reais, acima da variação do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006 os desembolsos do BNDES cresceram 11% ante o ano anterior, com aumento real em torno de 7%, superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) que "será em torno de 3%", segundo observou Fiocca. Os resultados finais do PIB do ano passado serão apresentados pelo IBGE no final de fevereiro. O governo anunciou na segunda-feira, com a divulgação do PAC, a redução em média de 60% nos spreads básicos do BNDES para financiamentos a projetos de infra-estrutura. Segundo Fiocca, esse recuo tem "consistência" com os dados financeiros da instituição. Ele explicou que o desempenho de 2006 do BNDES "mostrou que havia espaço" para a redução dos spreads. O lucro líquido de R$ 5,7 bilhões acumulado nos primeiros três trimestres de 2006 - o resultado fechado do ano ainda não foi apresentado - foi bem superior ao lucro líquido de R$ 3,2 bilhões acumulado em todo o ano de 2005. Além disso, segundo Fiocca, no ano passado houve redução nos provisionamentos do banco para perdas com inadimplência, o que também ajudou no resultado financeiro, assim com o bom desempenho das ações da BNDESPar em bolsa. "A redução de spread, com a queda (já ocorrida) na TJLP dá forte alavancagem para os projetos", disse Fiocca. Como exemplo, ele citou que o custo nominal financeiro para os projetos de energia elétrica que, juntando TJLP e spread básico, somavam 13,75% em 2005, hoje não ultrapassa 9%. O BNDES tinha realizado uma "primeira rodada" de redução de spread no final de 2005 e início de 2006, abrangendo todos os projetos financiados pelo banco. Com o PAC, houve uma nova rodada de recuos, dessa vez voltados especificamente para infra-estrutura. Fiocca confirmou também que o BNDES tem em carteira projetos de infra-estrutura orçados em R$ 90 milhões, sendo R$ 45 bilhões para projetos de energia elétrica; R$ 24 bilhões para logística e R$ 21 bilhões em desenvolvimento urbano. Do total de R$ 90 milhões, R$ 10,7 bilhões são projetos já aprovados e os demais estão em análise na instituição. Ainda como parte do PAC, o BNDES vai financiar os projetos de modernização da gestão das empresas estaduais de saneamento, segundo explicou o diretor da área de Inclusão Social e Crédito do banco, Elvio Gaspar. Segundo ele, a expectativa é que, dentro de três anos, essas empresas estejam prontas para buscar recursos no mercado de capitais, caso seus gestores tenham interesse nessa opção. No caso de saneamento ambiental, o spread básico do banco será reduzido em 67% em 2007 (1,00%) em relação ao que era em 2005 (3,00%).

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