Publicidade

Fipe aponta pressão de alta no preço dos alimentos

Por Agencia Estado
Atualização:

Dentro da alta de 0,77% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na primeira quadrissemana de junho, o que surpreendeu o coordenador do Índice, Paulo Picchetti, foi o grupo Alimentação, que saiu de uma alta de 1,05% no final de maio para 1,31% no início de junho, uma aceleração de 0,26 ponto porcentual. "A explicação está na oferta. Por causa do clima, está havendo atraso na colheita de alguns produtos", afirmou. Ainda assim, o economista manteve a previsão de inflação de 0,50% em junho, alegando que muitos dos produtos que surpreenderam na primeira quadrissemana já estão mostrando queda. É o caso, por exemplo, do tomate, que fechou a primeira parcial de junho em alta de 37,39%, mas que já está caindo 17%, conforme o Índice de Preços Recebidos pelo Produtor (IPR) do Instituto de Economia Agrícola (IEA). "De todos os grandes aumentos, os que tendem a continuar a ter seus preços aumentados são a cebola e a batata", afirma Picchetti. Industrializados e comercializáveis A análise isolada dos produtos industrializados que compõem o IPC-Fipe mostra que esse segmento teve seus preços aumentados, em média, 0,86% na primeira quadrissemana de junho. Esta alta representa uma aceleração de 0,09 ponto porcentual, se comparado com a taxa de 0,77% apurada no final de maio. Como os produtos industrializados são o melhor condutor de câmbio para os preços comercializáveis, este segundo grupo fechou a quadrissemana em alta de 0,96%, uma aceleração de 0,12 ponto porcentual sobre a taxa de 0,84% no final do mês passado. Os bens não-comercializáveis (basicamente concentrado em Serviços), menos sensíveis ao movimento do câmbio, até recuaram em relação ao fechamento de maio, de 0,64% para 0,62%. No caso dos preços monitorados e administrados, verificou-se uma alavancada na taxa, de 0,08% para 0,69%, e de 0,04% para 0,36%, respectivamente. Mas estas altas, de acordo com o coordenador do IPC-Fipe, também são artificiais porque estão ligadas ao retorno da passagem de ônibus ao seu preço normal na cidade de São Paulo. Só para lembrar, a passagem de ônibus na capital teve seu preço reduzido de R$ 1,70 para R$ 1 no feriado do Dia 1º de Maio. Como o IPC-Fipe é quadrissemanal, no começo de junho completou-se as quatro semanas em que o efeito do desconto estava influenciando a inflação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.