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Fipe: IPC tem a maior alta desde fevereiro de 2003

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

A inflação para o consumidor continua galopante e os indicadores têm registrado seguidos recordes de alta. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), referente à primeira prévia do mês de junho, por exemplo, fechou em 1,3%, e atingiu o seu mais elevado nível desde o fechamento de fevereiro de 2003. À época, o IPC-Fipe havia registrado uma alta de 1,61%. A maior alta nominal dentro do índice anunciado hoje é a de 3,68% do grupo Alimentação, variação que só é inferior à taxa de 4,06% apurada na terceira leitura de dezembro de 2002. Em fevereiro de 2003, quando a inflação para o paulistano bateu em 1,61%, a maior pressão sobre o índice veio do grupo Transportes, que à época subiu 4,46%. No IPC de hoje, as despesas com transportes ficaram em 0,29%. O IPC divulgado hoje é também o mais alto para uma primeira prévia desde a primeira apuração de fevereiro de 2003, quando atingiu 2,23%. Para uma primeira prévia de junho, esta também foi a maior desde a primeira do mesmo mês em 1994, quando o índice fechou em 45,66%. As altas acima de 0,50% registradas por dois grupos, como Vestuário (1,3%) e Despesas Pessoais (0,74%), só vêm confirmar a tese de que a inflação, embora muito forte em alimentos, não vive só das despesas com comida. É uma inflação que abrange todos os preços de produtos e serviços. O grupo Habitação, o de maior peso na composição do IPC-Fipe, bastante intensivo em preços livres e serviços, também fechou acima de 0,5%, ao atingir uma variação de 0,73%. Mas este grupo também agrega uma boa parte de preços monitorados. De qualquer forma, os indicadores de preços têm dado sustentação à política de aperto monetário do Banco Central, que vem trabalhando duro no combate aos efeitos secundários dos preços livres sobre a inflação. Como já afirmou o presidente do BC, Henrique Meirelles, por mais de uma vez, a autoridade monetária não combate o preço do "feijão", mas sim o desdobramento que a alta deste preço pode desencadear na economia. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início deste mês, a taxa básica de juros, a Selic, foi elevada em 0,50 ponto porcentual pela segunda vez seguida e, atualmente, está em 12,25% ao ano.

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