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Fitch alerta para riscos de inflação em emergentes

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

A agência de classificação de risco de crédito Fitch Rating advertiu para os riscos provenientes do aumento da inflação na solidez do crédito soberano dos países emergentes e divulgou um índice de vulnerabilidade à volatilidade macroeconômica provocada por choques de inflação. O índice, de 73 países emergentes, é encabeçado por Jamaica, Ucrânia, Casaquistão. O Brasil não aparece entre os dez mais vulneráveis aos riscos da inflação e, segundo o índice, apresenta vulnerabilidade menor do que a da Rússia e a da Índia. No ranking, o Brasil está em 40º lugar, mostrando vulnerabilidade maior do que a do Chile (47º), Peru (65º), Colômbia (66º), México (70º) e Uruguai (71º). Entre os países que compõem o grupo BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), a Fitch diz que a Rússia é o país mais vulnerável, ocupando o 19º lugar na escala de vulnerabilidade, seguido por Índia (35º), Brasil (40º) e China (52º). "O aumento da inflação, acima da desaceleração econômica, é o principal desafio enfrentado pelas autoridades monetárias nas economias emergentes. A inflação baixa e estável favoreceu a estabilidade macroeconômica e permitiu aos governos tomar recursos localmente ao invés de acumular dívida em moeda estrangeira nos mercados de capital internacional", disse o chefe de ratings soberanos da Fitch, David Riley. Segundo ele, "a incapacidade de conter as pressões inflacionárias pode colocar em risco a estabilidade macroeconômica e as perspectivas para o crescimento no médio prazo. No pior cenário, os investidores perderão a confiança nos ativos em moeda local, provocando volatilidade nos mercados financeiro e de moedas", acrescentou. Para a Fitch, muitos dos recém aplicados regimes de política monetária enfrentam seu primeiro teste real. Segundo nota divulgada pela agência, as metas de inflação estão sendo excedidas por uma ampla margem em muitos países e o núcleo da inflação tem subido desde agosto do ano passado. Há um elevado risco de que as expectativas de inflação e uma segunda rodada de efeitos aconteça, diz a Fitch. "Este efeito é muito mais severo do que nas economias avançadas, onde a desaceleração econômica contrabalançará os efeitos dos preços mais elevados dos alimentos e de energia e onde a credibilidade dos bancos centrais é maior. Estes fatores tornam necessária a adoção de respostas rápidas para evitar que a inflação se fortifiquem", prevê a Fitch. A Fitch divulgou também um índice de vulnerabilidade relativa dos países emergentes a volatilidade macroeconômica provocada por choques de inflação, baseado na dinâmica da inflação, no grau de superaquecimento doméstico, nas condições monetárias e na importância da dívida doméstica dos governos para o risco soberano. Os 10 países emergentes considerados mais vulneráveis, segundo este índice, são: Jamaica, Ucrânia, Casaquistão, Bulgária, Letônia, Suriname, Lituânia, Gana, Vietnã e Sri Lanka. Uma das principais conclusões do relatório da Fitch é de que, embora o atual choque de inflação tenha um amplo componente internacional, os desafios de inflação enfrentados pelos países emergentes estão longe de serem "puramente" de oferta. De acordo com a Fitch, uma boa parte do universo dos países emergentes enfrenta pressões inflacionárias subjacentes, incluindo os localizados na Europa, em partes da Ásia, entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo e outros exportadores de commodities.

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