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Fitch deve dar grau de investimento ao País logo, diz Barclays

Analistas do banco de investimentos dizem que agência costuma seguir Standard & Poor's nos bons momentos

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

O banco de investimentos Barclays Capital apurou que a Fitch tende a se aliar à Moody's nos maus momentos para o Brasil e à Standard & Poor's nos bons momentos. Os analistas Rodrigo Valdés e Jimena Zuniga fizeram um levantamento das mudanças de ratings das agências desde 1994, em busca de sinais sobre quando uma segunda agência seguirá a S&P, que no último dia 30 elevou o Brasil à categoria de grau de investimento. Eles concluíram que um upgrade da Fitch deve acontecer logo, em questão de semanas.   Veja também: Na elite do mercado mundial   Em relatório, eles afirmam que a classificação por uma segunda grande agência deverá desencadear um fluxo maior de investimento para o País. Eles lembram que os preços dos ativos se movimentaram consideravelmente desde o upgrade da S&P na semana passada - com a Bolsa subindo quase 9%, o custo de proteção contra default medido pelos CDS de 5 anos caindo 20 pontos-base e as taxas nominais de juro de longo prazo disparando.   Valdés e Zuniga, além de analisarem a atuação das agências desde 1994 em relação especificamente ao Brasil, observaram o que ocorreu com os poucos países elevados recentemente para grau de investimento. Desde 1996, o tempo entre o primeiro e o segundo upgrade foi, em média, de 18,6 meses. O prazo mínimo foi de três semanas (Coréia do Sul) e o máximo de 62 semanas (África do Sul). Apesar no caso da Romênia, a S&P agiu primeiro, com a Fitch acompanhando dois meses depois.   No caso específico do Brasil, a S&P se mostrou um pouco mais generosa no passado recente. "No atual ciclo de upgrade, a S&P tem em geral liderado, seguida de perto pela Fitch e então pela Moody's", afirmam os analistas. Recentemente, acrescentam, "a S&P e a Fitch se moveram cabeça a cabeça".   Relatório   Esta manhã, a Moody's divulgou seu relatório anual sobre o Brasil, afirmando que o atual rating Ba1 e a perspectiva estável incorporam a redução nas vulnerabilidades e uma "melhora na perspectiva do rating depende da possibilidade do fortalecimento adicional tanto das finanças públicas quanto do perfil de dívida que reduziriam significativamente as vulnerabilidades atuais".   O principal limitador a um upgrade, segundo a Moody's, são os índices de dívida relativamente altos que, embora em queda, ultrapassam a norma da categoria Baa e ainda apresentam riscos de rolagem, já que uma parcela significativa da dívida vence em um prazo inferior a um ano". Os analistas do Barclays acreditam que estas condições não vão mudar suficientemente rápido para garantir um upgrade da Moody's no curto prazo. "Os indicadores da dívida bruta tem historicamente sido mais importantes para a Moody's", afirmam.   A Fitch, que confirmou que mantinha uma equipe de alto nível no Brasil na semana passada realizando uma revisão ativa do rating do País, deve garantir o próximo upgrade, considerando-se a experiência histórica e os avanços da economia brasileira apontados no relatório global que a agência divulgou em abril, opinam os analistas do Barclays.

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