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Fitch eleva perspectiva da classificação de risco do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A Fitch Ratings elevou a perspectiva dos ratings da dívida em longo prazo do Brasil em moeda estrangeira e em moeda local de "estável" para "positiva". Os ratings foram mantidos inalterados em BB-. "Isso reflete as tendências favoráveis do País no balanço de pagamentos e na dinâmica da dívida externa, assim como o progresso substancial na moderação das pressões inflacionárias, mantendo a perspectiva de taxas de juro reais mais baixas e dando sustentação à perspectiva de crescimento no futuro", diz o comunicado da Fitch. O texto acrescenta que a revisão da perspectiva é apoiada também "pelo fato de a recente turbulência na política brasileira não ter comprometido o compromisso do País com um quadro de políticas macro saudáveis". "A melhora nos indicadores de solvência externa do Brasil tem sido impressionante e espera-se que continue. E, apesar de uma moeda forte, as exportações do Brasil continuam a expandir-se a um ritmo bom", disse o chefe de ratings latino-americanos da Fitch, Roger Scher. A Fitch ressalvou, porém, que apesar da adesão do governo brasileiro à meta de superávit primário - arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros -, a carga da dívida pública continua elevada e de curta duração, e continua a limitar os ratings soberanos do país. Queda de juros é fundamental Para agência, a redução dos juros reais é fundamental para a redução da dívida pública e para ancorar as finanças públicas com firmeza numa via sustentável. Na opinião da Fitch, estabelecer um histórico favorável de medidas apropriadas de política monetária para cumprir a meta de inflação declarada do Banco Central, inclusive no período que antecede a eleição presidencial, melhoraria ainda mais a credibilidade do quadro de políticas macroeconômicas. "Isso daria apoio a uma redução sustentada das expectativas de inflação e das taxas de juro, o que seria benéfico tanto para o crescimento como para as finanças públicas. Do mesmo modo, a adoção da autonomia do Banco Central sustentaria a credibilidade da política monetária, e, com isso, permitiria uma redução das taxas de juro", diz o documento. As informações são da Dow Jones. Política x economia O comunicado da agência diz ainda que embora os escândalos de corrupção que abalaram a política brasileira desde junho deste ano estejam longe de ter sido resolvidos, têm havido sinais de que os líderes políticos do Brasil não estão dispostos a comprometer políticas macroeconômicas sólidas e o desempenho econômico como resultado dos confrontos políticos pré-eleitorais. Embora o presidente possa ter dificuldades para que o Orçamento seja aprovado neste ano, prevê a Fitch, "sinais de sua capacidade de governar emergiram, apesar das acusações de corrupção. Tais sinais incluem a recente vitória de seus aliados na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados". Scher acrescentou que "a Fitch vai monitorar de perto se o presidente Lula tem como manter seus vetos e conseguir a aprovação de um orçamento saudável, ou se haverá uma derrapagem na política fiscal como resultado da crise política atual". As informações são da Dow Jones.

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