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Fitch rebaixa rating da Hungria

Segundo a agência de classificação de risco, a perspectiva para o rating de longo prazo continua negativa 

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A Fitch Ratings cortou o rating BBB de longo prazo em moeda estrangeira da Hungria para BBB- e o rating BBB+ de longo prazo em moeda local para BBB. A perspectiva para o rating de longo prazo continua negativa.

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"O rebaixamento da Hungria reflete piora na posição do orçamento subjacente no médio prazo, ao mesmo tempo em que o nível relativamente elevado da dívida pública, externa e doméstica em moeda estrangeira dos bancos deixam o país vulnerável a choques negativos", disse o chefe da equipe soberana para a Europa Emergente da Fitch, Ed Parker.

A economia húngara atravessou um período de significante ajuste nos últimos anos, em consequência de um pacote de suporte internacional recebido do FMI, após um período de profunda indisciplina fiscal entre 2004 e 2005 e de problemas gerados pela crise financeira global, explicou a Fitch. Segundo comunicado da agência, o país obteve significante progresso no reequilíbrio da economia.

Mas a Fitch observa que o novo governo Fidesz, que obteve dois terços de maioria nas eleições parlamentares em abril desse ano, lançou um plano fiscal que vai na direção errada na busca de maior consolidação fiscal. Para a agência, esses planos podem piorar o orçamento subjacente no médio prazo, com as receitas extraordinárias geradas pelas novas medidas zeradas pela reversão nas reformas da previdência.

Além disso, a agência aponta que os custos de corte permanente dos impostos sobre a renda das pessoas físicas e jurídicas em 2011 irão aumentar até 2013 e que as receitas geradas pela elevação temporária dos impostos sobre os bancos e dos impostos especiais sobre os setores de varejo, energia e telecomunicações começarão a cair entre 2012 e 2014. "Isso provocará um déficit orçamentário substancial, mesmo após cortes nos gastos, reformas estruturais e aceleração na taxa de crescimento do país", disse a Fitch. A agência considera ainda que a projeção de crescimento do país de 5% em 2013 é otimista.

A Fitch diz que a dívida bruta do governo está elevada, próximo de 80% do PIB ano final de 2010, e que o governo tem necessidade de financiamento de cerca de 15% do PIB em 2011 e 2012. Os compromissos relativos ao pagamento do empréstimo ao FMI e União Europeia atingem um pico em 2013, acrescenta a Fitch.

A agência observa que a Hungria está também exposta aos riscos de piora da crise soberana europeia, em consequência das relações comerciais, bancárias e da elevada taxa de dívida pública e prevalência dos empréstimos bancários domésticos em francos suíços - equivalentes a cerca de 30% do PIB.

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Entre os fatores que podem levar a Fitch a futuras ações de rebaixamento no rating da Hungria estão a ausência de implementação de medidas de consolidação fiscal críveis no médio prazo, para recuperar as finanças públicas para um curso sustentável; elevação significante no prêmio de risco ou falta de recuperação econômica sustentável; desaceleração do fluxo de capital; queda nas taxas de rolagem dos vencimentos de dívida externa; e/ou dificuldades no sistema financeiro local ou em bancos que operam no exterior. As informações são da Dow Jones.

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