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Fluxo amortece piora externa e dólar fica quase estável

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Por Silvio Cascione
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O ingresso de recursos no país amorteceu a volatilidade externa e garantiu que o dólar fechasse praticamente estável nesta sexta-feira, após uma sessão volátil. A moeda norte-americana teve ligeira alta de 0,06 por cento, para 1,746 real. Foi o terceiro dia seguido de alta. Ainda assim, a moeda teve queda de 0,11 por cento na semana. As bolsas em Nova York caíam à tarde pelo terceiro dia seguido. A queda foi disparada pela preocupação com o mercado de crédito e com os resultados corporativos. À tarde, o índice Nasdaq caía cerca de 2 por cento, enquanto Dow Jones e S&P 500 cediam mais de 1 por cento. O clima ruim deixou os investidores ressabiados e provocou um aumento na aversão a risco. No exterior, investidores chegaram a desmontar operações de arbitragem, impulsionando o iene japonês diante do dólar. Nesse tipo de operação, o investidor utiliza moedas de baixo retorno --como o iene-- e visa o alto rendimento de ativos mais arriscados. O risco Brasil, medido pelo JPMorgan, se manteve acima de 200 pontos durante a maior parte do dia. "Com certeza (o dólar) está sendo influenciado", disse Daniel Szikszay, gerente de câmbio do Banco Schahin, sobre o pessimismo no cenário externo. "Mas (o mercado) continua o mesmo de sempre, continua com fluxo positivo", minimizou. Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, no Rio de Janeiro, acrescentou que a turbulência não tem gerado uma fuga de ativos nacionais. "A força dessa aversão a risco hoje é bem menor do que era há 10 anos por conta da solidez da economia". Entre o clima ruim no exterior e a tendência de queda no mercado interno, o dólar alternou momentos de baixa e de alta. Na máxima, a moeda atingiu valorização de 0,57 por cento. Na mínima, chegou a cair 0,17 por cento. Na segunda-feira, o Dia dos Veteranos nos Estados Unidos fecha o mercado de bônus norte-americano. No mercado de câmbio, a repercussão deve ser um menor volume nas operações, segundo Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros. "O mercado bancário (norte-americano) efetivamente deixa de funcionar", explica, lembrando que as bolsas em Wall Street abrem normalmente. Na última hora de negócios, o Banco Central promoveu um leilão de compra de dólares no mercado à vista, mas a operação não conseguiu sustentar a cotação da moeda. A autoridade monetária definiu taxa de corte a 1,7530 real e aceitou, segundo operadores, ao menos duas propostas.

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