A continuidade da entrada de capitais no país evitou a alta do dólar nesta quinta-feira, apesar da valorização global da moeda norte-americana em um movimento de ajuste em todo o mundo. A moeda norte-americana terminou o dia estável, a 1,726 real. A baixa acumulada em outubro é de 2,65 por cento e, no ano, de 26 por cento. O dólar começou o dia em alta no Brasil, refletindo com mais fidelidade o cenário internacional após balanços corporativos piores do que o esperado nos Estados Unidos e um crescimento econômico menor do que previam as estimativas mais otimistas na China. Em relação às principais moedas, o dólar subia 0,16 por cento perto do fechamento do mercado brasileiro, e o índice Reuters-Jefferies de commodities caía 0,52 por cento. Ao longo do dia, porém, o mercado de câmbio no Brasil reduziu a alta do dólar. Além de uma diminuição na intensidade do ajuste externo, operadores de três corretoras relataram que o mercado assistiu a algumas operações de entrada de capitais com volume acima da média, mesmo com a alíquota de 2 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras adotada esta semana. "O volume está um pouco mais acentuado", disse Gabriel Aguilera, operador de câmbio da Flow Corretora. Segundo Aguilera, também colaborou a percepção otimista por parte de alguns investidores quanto à reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Ele tenta convencer o governo a adotar medidas complementares na taxação pelo IOF, como a incidência do tributo na saída dos recursos, e não na entrada, e a permissão para que as margens de garantia sejam deixadas fora do país. Outras notícias também favoreceram a expectativa de que a entrada de dólares no país continuará. A empresa de TV por assinatura Net planeja a emissão de 300 milhões de dólares em bônus de 10 anos no exterior, segundo fontes. Além disso, a companhia aérea TAM lançou operação com o mesmo volume e prazo, e a o conselho da Natura, na noite de quarta-feira, autorizou a emissão de 350 milhões de dólares em debêntures. As operações no mercado de capitais, como a venda de units do Santander Brasil, foram as principais responsáveis pela entrada líquida de mais de 10 bilhões de dólares no país na primeira metade de outubro.