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Fluxo e melhora externa incentivam ajustes e dólar cai 1%

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Por Silvio Cascione
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O dólar caiu pouco mais de 1 por cento nesta quinta-feira, influenciado pelo fluxo cambial favorável e pelo tom positivo dos mercados externos, que incentivaram ajustes de posição de tesourarias bancárias. A moeda norte-americana fechou em baixa de 1,22 por cento, a 1,776 real. No mês, o dólar acumula queda de 1 por cento. O dólar passou a maior parte do dia "praticamente sem oscilação... ao sabor das bolsas", lembrou Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action. A queda do dólar ganhou força somente no final da sessão, alimentada por ajustes de posição. Em Wall Street, os principais índices exibiam alta moderada à tarde. O principal fator de otimismo era o plano de ajuda do governo aos proprietários de imóveis que enfrentam problemas com hipotecas. Segundo o gerente de câmbio de um banco nacional, as instituições financeiras apostaram, na metade do dia, que uma piora no exterior elevaria a cotação do dólar no Brasil. Nesse momento, comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, sobre riscos inflacionários incomodaram os mercados e limitou os ganhos das bolsas de valores na Europa. "As tesourarias, de uma maneira geral, fizeram um giro na compra. Compraram dólares esperando que a situação (externa) de bolsa piorasse um pouco para poder vender (dólares) a um preço melhor. Como isso não aconteceu, acho que eles desovaram" essa posição assumida, explicou. O profissional acrescentou que o mercado também deve ter recebido mais dólares de operações comerciais. Na mínima do dia, pouco antes do fechamento dos negócios, o dólar chegou a ser negociado a 1,772 real no pregão à vista da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O mercado também preferiu evitar uma exposição maior porque, na sexta-feira, o governo norte-americano divulga o aguardado relatório sobre a criação de postos de trabalho. "Ele poderá sinalizar com mais clareza o que vai acontecer no dia 11", quando o Federal Reserve anuncia sua decisão sobre o juro norte-americano, disse Postigo, da Action. A maioria no mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual, mas se a atividade econômica estiver mais debilitada o BC norte-americano poderá ser levado a uma redução mais agressiva.

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