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Fluxo negativo não impede queda do dólar em dia volátil

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Por Silvio Cascione
Atualização:

O bom humor nas bolsas de valores ajudou o dólar a fechar em queda nesta sexta-feira, mesmo com a saída de recursos do país em uma sessão volátil. A divisa fechou a 1,627 real, com desvalorização de 0,18 por cento. No ano, a baixa acumulada é de 8,44 por cento. O dólar começou o dia com uma pequena queda, repercutindo com frieza o aumento de 0,5 ponto percentual no juro decidido na véspera pelo Banco Central --conforme a expectativa da maior parte do mercado. Mas na metade do dia, vários fatores começaram a pressionar a taxa de câmbio. Segundo um operador, houve a retirada de cerca de 500 milhões de dólares por uma montadora --estopim para a recuperação da taxa. Na máxima do dia, a moeda alcançou 1,635 real. Dados divulgados na quarta-feira pelo Banco Central já mostravam um aumento das saídas de dólares do país. Em maio, o Brasil teve fluxo cambial positivo de apenas 148 milhões de dólares, contra 6,7 bilhões em abril. Além disso, segundo outros operadores, muitos agentes que esperavam a queda do dólar nesta sessão foram surpreendidos pelo repique e ajustaram suas posições, comprando dólares no mercado e dando um pouco mais de gás à moeda. Um gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, comentou ainda que o Banco Central "comprou bastante" no leilão habitual no mercado. "Ele entrou agredindo o mercado. Foi além do que o mercado esperava, e ficou faltando dólar", disse. Segundo o operador de uma corretora, o BC aceitou seis propostas no leilão, com taxa de corte de 1,6275 real. Mesmo com esses fatores negativos, porém, a tendência de queda do dólar prevaleceu no final do dia em meio ao ambiente positivo do restante do mercado. A Bolsa de Valores de São Paulo exibia alta de quase 3 por cento, e as bolsas de Nova York subiam mais de 1 por cento. "Aquela saída só agitou o mercado. Depois foi voltando", disse Milton Mota, operador da SLW Corretora.

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