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FMI abandona Argentina e preocupa mercados

O FMI anunciou ontem à noite que não liberará os esperados US$ 1,26 bilhão à Argentina, devido ao não cumprimento das metas estabelecidas. Com isso, a precaríssima situação financeira do país se agrava ainda mais, o que pode ter efeitos nos mercados brasileiros.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ontem à noite a situação - já gravíssima - da Argentina voltou a se deteriorar ainda mais. O Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu não liberar a última parcela do ano, de US$ 1,26 bilhão para o país, alegando o não-cumprimento das metas acordadas. Agora, talvez nem mesmo as desesperadas medidas do pacote econômico anunciado no último sábado sejam suficientes para conter um colapso financeiro no curto prazo. Os investidores brasileiros, que vinham ignorando a crise argentina, podem assumir uma postura mais cautelosa hoje com uma reação pessimista. Mas, mesmo que haja o contágio, analistas consideram que os mercados no Brasil devam se recuperar rapidamente. Além da restrição aos saques bancários e transferências internacionais, as medidas obrigam os fundos de pensão a comprar títulos públicos por um período de 120 dias com 90% dos ativos líquidos em 30 de novembro, o equivalente a cerca de US$ 3 bilhões. O pacote é drástico e a natureza das medidas dá margem a várias contestações judiciais, algumas já em curso. O fato é que as reservas internacionais atingiram um ponto crítico, e, mesmo com todas as restrições impostas, se as pessoas continuarem sacando dinheiro para comprar dólares, o sistema financeiro não agüentará por muito tempo. Aliás, como era de se esperar, os cidadãos e as empresas já encontram meios de burlar os limites do governo. Para os analistas brasileiros, a única pergunta que resta é quando será a ruptura, com calote da dívida e desvalorização ou dolarização. Mas, quanto mais o governo demora a reformar a falida paridade do peso com o dólar, mais difícil fica a dolarização, que exige um certo conforto nas reservas internacionais. O desespero é claro nas filas dos bancos e na forte alta de ontem da Bolsa de Valores de Buenos Aires, que chegou a 8,02%. Os investidores preferem comprar ações com cheques e transferências bancárias do que manter seus recursos em pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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