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FMI acredita que juros nos EUA podem subir mais

Fundo considerou possível que o banco central dos EUA tenha que continuar com essa política, que qualificou de "saudável" perante os riscos inflacionários

Por Agencia Estado
Atualização:

A economia mundial mantém um forte crescimento, mas com elementos de riscos, e evolui "para condições monetárias menos estimulantes", segundo o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato. Ele se referiu às altas das taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e considerou possível que a entidade tenha que continuar com essa política, que qualificou de "saudável" perante os riscos inflacionários. "Vemos claramente a necessidade de continuar reduzindo os estímulos monetários", disse Rato em entrevista coletiva em Viena, onde participa da 34º Conferência Econômica do Banco Nacional da Áustria. No entanto, Rato considerou que os bancos emissores devem levar em conta as condições específicas de suas regiões e recomendou "cautela nos movimentos futuros", especialmente ao Banco Central Europeu (BCE), porque a recuperação econômica da Europa ocidental é menos firme que a da conjuntura mundial. Segundo o FMI, a economia mundial está "forte: 2006 será o quarto ano consecutivo com um crescimento maior que 4%". Pressão inflacionária Apesar de o FMI não perceber "muitos sinais de pressão inflacionária", Rato considerou importante que as autoridades monetárias sigam atentas à evolução dos mercados. Neste contexto, Rato advertiu de "alguns riscos", como o aumento dos preços do petróleo e de outras matérias-primas, o potencial de crescimento de alguns países e o alto desemprego em muitas regiões. O diretor-gerente do FMI se reuniu na manhã desta segunda-feira com o governador do Banco Nacional da Áustria, Klaus Liebscher, com quem conversou sobre a integração financeira na Europa. Além de participar da inauguração da conferência, Rato se reuniu em Viena, na Áustria, com o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Otmar Issing, e "manteve uma reunião de trabalho" com o secretário-geral interino da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e sua equipe. Cooperação De Rato ainda afirmou que o FMI e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) intensificarão sua cooperação a fim de obter uma maior transparência dos mercados mundiais para deter a especulação financeira - um dos fatores que provoca aumentos nos preços da commodity. "Vamos aumentar a colaboração tanto em nível técnico como na alta hierarquia." "Não há dúvida de que a Opep pode desempenhar um papel muito importante para melhorar a transparência do mercado do petróleo e, nesse sentido, acho que já o está fazendo. Mas, claro, não depende exclusivamente dos países da Opep, mas de todos os países produtores e consumidores", explicou. Entre as áreas de trabalho conjunto, o diretor-gerente do FMI destacou que "as necessidades de conhecer" os números da demanda e da oferta são imprescindíveis para "facilitar um mercado mais transparente que evite alguns dos custos especulativos excessivos que existem neste momento". "Achamos que análises sobre os desequilíbrios mundiais, necessidades de investimento, papel dos mercados financeiros, previsões de crescimento, previsões de grau de aproveitamento da energia, entre outros, são elementos de mútuo interesse para o FMI e a Opep", acrescentou.

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