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FMI alerta que Brexit vai prejudicar crescimento da zona do euro

De acordo com o relatório, os efeitos deverão perdurar até 2018, quando o bloco deverá ter crescimento de 1,6%, e não mais 1,7%

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Por Redação
Atualização:

BRUXELAS - A zona do euro vai crescer em ritmo mais lento nos próximos anos, devido a incertezas políticas e econômicas causadas pela recente decisão do Reino Unido de votar por sua saída da União Europeia, alertou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em relatório anual sobre a zona do euro, o Fundo traça um cenário mais sombrio do que havia apresentado há apenas quatro semanas, quando fez uma avaliação preliminar da região.

 Foto: Daniel Leal-Olivas/PA via AP

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O FMI agora prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco que compartilha o euro, formado por 19 países, crescerá 1,6% este ano. Antes da vitória do chamado "Brexit", em plebiscito realizado no último dia 23, a projeção para 2016 era de alta de 1,7%. Para o próximo ano, a previsão de expansão da zona do euro também foi reduzida, de 1,7% para 1,4%.

Os efeitos do Brexit deverão perdurar até 2018, quando o bloco deverá ter crescimento de 1,6%, e não mais 1,7%, afirmou o Fundo.

Para a inflação da zona do euro, o FMI agora prevê uma taxa extremamente baixa de 0,2% em 2016, ante 0,3% calculado antes do plebiscito britânico e 0,4% estimado em abril. Em 2017, a inflação da região deverá chegar a 1,1%, e não mais 1,2%, graças a um esperado aumento nos preços de energia.

Mahmood Pradhan, vice-diretor do departamento europeu do FMI, disse que as previsões levam em consideração que o Reino Unido manterá no período uma relação próxima com a UE, similar à da Noruega, e acesso ao mercado único deste bloco mais amplo, que é formado por 28 países. Esse cenário exigirá que Londres continue seguindo a maioria das leis da UE, incluindo regras que permitem a entrada de trabalhadores de outros países.

"Trata-se de uma avaliação inicial", comentou Pradhan.

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Embora o Reino Unido não faça parte da zona do euro, Londres é o maior centro financeiro da UE e o país é um grande parceiro comercial de muitos integrantes do bloco. Para reduzir incertezas, tanto os britânicos quanto a UE precisam trabalhar para garantir uma transição tão tranquila e previsível quanto possível, defendeu o FMI.

Segundo o FMI, a futura relação do Reino Unido com a UE gerará "incertezas" por mais algum tempo. Pradhan ressaltou ainda que o FMI está muito preocupado com "aversão a risco" observada nos mercados financeiros desde o resultado do plebiscito britânico, fator que pode prejudicar o desempenho econômico da zona do euro ainda mais se a turbulência persistir.