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FMI: alta do petróleo preocupa mais que a de alimentos

Por JAMIL CHADE
Atualização:

A alta do petróleo poderá causar desequilíbrios profundos nas economias de alguns países e com efeitos mais negativos que o incremento dos preços dos alimentos. A análise é do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Estamos falando muito da crise nos alimentos. Mas o que nos preocupa mais é o petróleo, que atinge novos valores a cada dia", alertou Murilo Portugal, número 2 do FMI. Hoje o petróleo registra queda, depois de subir US$ 10,00 em apenas uma semana e atingir novos recordes, acima de US$ 126,00 por barril. Segundo Murilo Portugal, avaliações feitas pelo Fundo concluíram que pelo menos 25 países poderão terminar 2008 com um déficit em suas contas correntes de mais de 2% do PIB diante das importações de petróleo. O principal desafio estaria na África, onde os efeitos da alta do petróleo serão ainda mais profundos para as economias que são obrigadas a importar o combustível. As estimativas são de que pelo menos 18 países tenham um desequilíbrio superior a 2% de seus PIBs com a importação do petróleo. Para muitos, a alta impossibilitará a produção agrícola, já que os fertilizantes também sobem com o encarecimento do óleo. Na América Latina, os maiores problemas seriam sentidos no Chile, Uruguai e Peru. O Brasil, apesar de afetado pela alta dos preços do barril de petróleo, poderia compensá-la com as exportações de produtos agrícolas.

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