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FMI aprofunda diálogo com Argentina, mas não negocia

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional anunciou o início de "uma relação ativa de negociação" com a Argentina, ao final de conversações com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, que incluíram um almoço com o diretor-gerente Horst Koehler. Mas o Fundo não anunciou o envio uma missão a Buenos Aires para negociar um novo crédito, como esperavam as autoridades argentinas. Em lugar disso, informou que manterá discussões com a equipe de Lavagna sobre questões fiscais, monetárias e os problemas do sistema bancário, "inclusive por meio de missões técnicas" com o objetivo de ?acelerar o impulso na direção de um programa apoiado pelo Fundo". O FMI manifestou-se satisfeito com a resolução de questões legais relativas à reforma da Lei de Falências e à revogação da Lei sobre Subversão Econômica. O Fundo infomou também ter recebido garantias de Lavagna de que a Argentina fará progressos substanciais na próxima semana para resolver as questões ainda pendentes nos acordos de sanemaneto fiscal que o governo central fez com as províncias. De acordo com um comunicado divulgado pelo FMI, as conversações com o governo argentino focalizarão quatro áreas: a moldura fiscal do país, a busca de soluções para os "problemas críticos" do sistema bancário, o fortalecimento da independência do Banco Central e o desenvolvimento de uma âncora monetária eficaz. Sobre este último ponto, o Fundo indicou que não tem confiança no talento técnico disponível na Argentina para a realizar a tarefa, informando ter acertado com as autoridades a possível contratação "de um grupo de formuladores de política experientes" para ajudar o país a montar uma nova estrutura monetária. O óbvio esforço do Fundo, de revestir a recusa de enviar uma missão negociadora a Buenos Aires em linguagem positiva, traduz a preocupação da instituição de manter as portas abertas e preservar Lavagna, politicamente. Em abril passado, o então ministro da Economia Jorge Remes Lenicov pediu demissão dois dias depois de regressar de uma visita a Washington, durante a qual ouviu um seco "não" do Fundo e de vários ministros do Grupo dos Sete.

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