PUBLICIDADE

Publicidade

FMI defende ação coordenada e recapitalização dos bancos

Diretor do Fundo pede esforços conjuntos mais agressivos em escala mundial para conter a crise financeira

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, pediu esforços coordenados mais agressivos em escala mundial para conter a crise financeira, incluindo a recapitalização dos bancos. De acordo com Strauss-Kahn, o setor privado, as políticas econômicas e medidas isoladas para ajudar os mercados financeiros não conseguirão restaurar a confiança. O que resolveria esta questão seria "uma intervenção clara, abrangente e cooperativa dos governos", afirmou, durante um pronunciamento em uma conferência.   Veja também: Como o mundo reage à crise  Confira as medidas já anunciadas pelo BC contra a crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil    Ele acrescentou que os planos "devem oferecer garantias suficientes aos correntistas e credores para assegurar que os mercados funcionem. (As propostas) devem lidar com ativos problemáticos, oferecer liquidez e, mais importante, incluir a recapitalização dos bancos".   Strauss-Kahn reiterou as estimativas que as perdas do setor financeiro somam US$ 1,4 trilhão, valor 50% superior à estimativa divulgada no início do ano. "Mas os problemas nos mercados financeiros agora vão além das perdas em dinheiro", avaliou, acrescentando "que estamos enfrentando uma crise de confiança" e que garantir as dívidas do sistema financeiro "é inevitável".   "Isto significa não só os depósitos bancários, mas provavelmente também os depósitos interbancários e dos mercados monetários, de forma que a atividade possa ser retomada nestes mercados". acrescentou.   Para o diretor-gerente do FMI e ex-ministro de Finanças da França, o crescimento global no próximo ano deve girar em torno de 3%, com avanços principalmente nos países emergentes, enquanto as economias desenvolvidas devem permanecer "muito perto do zero até, pelo menos, a metade de 2009, com pequena recuperação no restante daquele ano".   A coordenação mundial é necessária devido à natureza dos mercados financeiros e pediu especificamente que os países europeus trabalhassem juntos, segundo Strauss-Kahn. Ele classificou as reuniões em Washington dos ministros de Finanças das principais economias do mundo neste fim de semana como "uma oportunidade para os ministros conversarem sobre como concretizar esta cooperação".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.