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FMI defende 'limpeza' do setor financeiro

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Por Redação
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A economia mundial somente sairá do buraco quando governos "limparem" definitivamente os ativos tóxicos dos bancos. O recado é do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Ele adverte que a recessão global pode se traduzir em guerras, e diz que "milhões serão jogados à miséria". "A tensão social já é uma ameaça à democracia, e a crise ainda pode acabar em guerra em alguns locais", disse Strauss-Kahn, destacando a explosão do desemprego no mundo. O diretor do FMI manteve reuniões ontem em Genebra com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para avaliar uma resposta à crise. Segundo ele, a economia mundial vai recuar de 0,5% a 1% em 2009. Para Strauss-Kahn, há uma chance de recuperação para a economia em 2010. Mas isso dependerá de como os governos vão responder à crise. "Estamos vivendo uma recessão global e se trata da primeira reversão na economia mundial em mais de meio século." Strauss-Kahn aponta que os países ricos serão os mais afetados, com queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, a maior desde a 2ª Guerra Mundial. "Mas os países emergentes serão duramente afetados. Havia uma ideia engraçada de que esses emergentes poderiam se descolar de uma crise nos países ricos. Mas vemos que era só uma questão de tempo para que a crise também desembarcasse nesses mercados, produzindo desemprego." Já nos países ricos, a prioridade deve ser outra: restaurar o setor financeiro. Ele admite que pode parecer "injusto" que os bancos recebam recursos bilionários, se são responsáveis pela crise. "Mas não há alternativa. O FMI tem a experiência de ter lidado com 122 crises em sua história e a conclusão é que nunca se recupera a economia antes de uma limpeza do setor financeiro." Segundo ele, haverá duas opções: recapitalizar ou fechar alguns bancos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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