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FMI e Banco Mundial, hoje, 'de nada servem', diz Lula

Ele afirma que crise provou que mercado não se auto-regula e que emergentes devem participar de decisões

Por João Domingos
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a insistir nesta sexta-feira, 31, na sua pregação a favor da mudança e da regulação do sistema financeiro internacional. "É preciso mudar a economia mundial. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, do jeito que funcionam hoje, de nada servem. Os países precisam regular o sistema financeiro", declarou. "Não dá mais", acrescentou, "pois descobriu-se que o mercado é um ovo sem gema."   Veja também De olho nos sintomas da crise econômica  Veja os reflexos da crise financeira em todo o mundo Veja os primeiros indicadores da crise financeira no Brasil Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Dicionário da crise    Ao discursar no ato em que seria assinado um contrato da Petrobras com a Cuba Petróleo e inaugurado um escritório da Associação Brasileira de Promoção das Importações e Investimentos (Apex), em Cuba, Lula disse que o mercado, "tido desde o Consenso de Washington como regulador de tudo, no momento em que entrou em crise teve que pedir socorro ao Estado. E isso provou que o mercado não se auto-regula, e é preciso que os países, principalmente os emergentes, que estão sendo apontados como salvadores do capitalismo, tenham direito a participar das decisões." O presidente atacou novamente os especuladores, afirmando que "não fizeram produzir nem um botão."   "Não dá para você ser submetido a uma lei, e o sistema financeiro não ser", criticou. Ele voltou a admitir a gravidade da crise, reiterando, porém, o País não paralisará investimentos. "A crise é séria, atingiu os países ricos, terá reflexo nos outros, também no Brasil, mas o Brasil está-se prevenindo, não vai paralisar seus investimentos." Lula repetiu que o Brasil passou de devedor a credor, pois tem mais reservas do que dívida.   E contou: "Eu tive uma alegria imensa no dia em que chamei o presidente do FMI, um espanhol chamado Rato (Rodrigo), e lhe disse: 'Não preciso mais dos seus 16 bilhões de dólares, pode levar'. Vocês não imaginam a alegria que tive - eu que passei a vida inteira dizendo 'fora, FMI' e, como presidente da República, ter chamado o FMI para dizer 'Adeus, FMI'."

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