O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou nesta sexta-feira, 20, um cenário mais ameno para a economia dos Estados Unidos este ano e no próximo, mas afirmou que os problemas no setor financeiro e a inflação crescente no país são desafios para os definidores da política monetária norte-americana. Veja também: Entenda os efeitos da crise nos Estados Unidos Cronologia da crise financeira No documento, o FMI diz que elevou a estimativa de crescimento da economia dos EUA para cerca de 1% em 2008 e para 0,8% em 2009. Em abril, o fundo previa crescimento de 0,5% em 2008 e de 0,6% no ano que vem, o que provocou críticas entre autoridades norte-americanas e até dentro do Banco Mundial. A revisão do FMI ocorre após o crescimento de 0,9% no primeiro trimestre deste ano, mais que o esperado. "Parece para mim e para os meus colegas que, considerando-se tudo, a economia dos EUA se sustentou muito bem. Parece que a economia evitou algum tipo de pouso forçado que geralmente acompanham choques expressivos", disse John Lipsky, primeiro vice-diretor gerente do fundo. Porém, ele disse que o FMI espera que o crescimento da economia norte-americana continue fraco ao longo de 2008 e que se recupere gradualmente no próximo ano, "com ritmo de crescimento menor que é típico em recuperações. Lipsky acrescentou que a economia dos EUA ainda não sentiu os efeitos plenos do aperto nas condições de crédito e dos elevados preços das matérias-primas (commodities). Fed No relatório, o FMI aplaude "as respostas rápidas e inovadoras" dadas pelos EUA à crise financeira, mas alertou que o cenário continua sendo de "grande incerteza". Para o FMI, agora, os definidores de política monetária, representados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) devem voltar suas atenções para a sustentação da economia, mas sem alimentar a inflação, reformando o sistema financeiro e lidando com os desequilíbrios fiscais de conta corrente. Os recentes cortes de juros promovidos pelo Fed resultaram em política que estimula uma recuperação econômica, mas "sob a perspectiva de gerenciamento de risco esta política deve ser interrompida", diz o FMI.