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FMI elogia sistema financeiro do Brasil entre emergentes

Segundo relatório do Fundo, sistema brasileiro é diversificado, bem regulado e supervisionado

Por Nalu Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma em seu Relatório de Estabilidade Financeira Global (GFSR, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira, 24, que o sistema financeiro do Brasil é diversificado, bem regulado e supervisionado em comparação a outros emergentes.   Veja também:  Crise das bolsas pode causar desaceleração global, diz FMI   Ao mesmo tempo, porém, o Fundo destaca os desafios que a entrada de fluxo de capital representa para o País. Os desafios às autoridades, enumera, englobam a avaliação de que apesar do crescimento do volume de exportações, a competitividade ainda pode ser afetada de forma adversa, o processo de esterilização (do excesso de liquidez no câmbio) com a venda de títulos do governo pode elevar a dívida nacional e há o risco de rápida reversão na entrada, se o apetite por risco mudar de forma acentuada.   Além da contínua forte entrada de investimento estrangeiro direto (IED), espera-se níveis recordes de entrada em portfólio, tanto em dívida quanto em ações, estima o relatório. O FMI calcula que a entrada de capital no País superou US$ 40 bilhões durante os quatro trimestres encerrados em março deste ano. Investidores estrangeiros compraram cerca de dois terços dos IPOs brasileiros em 2006, e esta tendência deve continuar.   "A entrada de capital de curto prazo aumentou à medida que a taxa de juro nominal de dois dígitos e fortes fundamentos econômicos fazem do Brasil um destino atrativo para as operações de carry trade", diz o FMI.   As regulações tanto para o câmbio quanto para conta de capital têm sido liberadas gradualmente desde a década de 1990. No entanto, este processo freqüentemente não tem sido seguido por alterações complementares na legislação como um todo, que permanece complexa e ambígua". Por exemplo, diz o Fundo, o governo ainda pode reintroduzir controles sobre o câmbio.   Mas, "comparado com outros emergentes, o sistema financeiro é diversificado e um dos maiores, com um mercado sofisticado de derivativos. É bem regulado e supervisionado e, graças à reestruturação, tem se tornado mais modernizado e eficiente", disse o FMI nos três primeiros capítulos do documento Perspectiva Econômica Mundial, cujo capítulo com as projeções econômicas será divulgado apenas no encontro Anual do Fundo, em outubro.   O setor financeiro, institucionalmente dominado por bancos, é concentrado, ressalva. Embora a atividade no mercado acionário doméstico tenha aumento, o Fundo afirma que diversas companhias de grande porte ainda preferem listar ações em Nova York.

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