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FMI envia dura mensagem a Lavagna

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) enviou dura mensagem, através do porta-voz Thomas Dawson, diretamente ao ministro da Economia Roberto Lavagna: o organismo já calculava que a troca de depósitos por bônus, idealizado por Lavagna, não daria resultados. O ministro defendeu-se assegurando que o resultado das trocas tinha sido melhor do que o esperado. Mas, politicamente, Lavagna foi seriamente afetado. Além das críticas que recebeu do FMI e do secretário do Tesouro americano, Paul O´Neill, as negociações argentinas que se desenrolaram em Washington não foram comandadas por ele, mas pelo presidente do Banco Central (BC), Aldo Pignanelli, com quem o ministro tem algumas diferenças. Em Washington, Pignanelli reuniu-se, na quarta-feira, com a diretora gerente do FMI, Anne Krueger, e hoje passou o dia negociando o plano argentino com técnicos do organismo. O presidente do BC argentino defende uma liberação dos depósitos em contas correntes e poupança, embargados pelo corralito, de até 10 mil pesos. Mas Lavagna tem reiterado que será impossível suspender o corralito enquanto não houver uma solução para a saída de fundos por via judicial. O próprio secretário privado da presidência, José Pampurro, admitiu que "é preocupante esta situação difícil entre o Banco Central e o Ministério da Economia". Lavagna teve ainda um atrito sério com o assessor do ministro da Economia, Mario Blejer, que deixou o cargo antes de completar um mês. O secretário do Tesouro americano, Paul O´Neill, negou que esteja viajando agora para a Argentina - a viagem dele está agendada para 1º de agosto, para fechar uma negociação com o governo Duhalde. A chegada de O´Neill, embora ele mesmo diga que é para "conhecimento da situação local", está sendo vista como um bom sinal dos Estados Unidos para a Argentina. Enquanto isso, Lavagna tenta resolver os problemas internos. Assegurou hoje que as reservas internacionais, que haviam caído para menos de US$ 9 bilhões na quarta-feira por causa do pagamento de um dívida ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), serão recuperadas com novos empréstimos. O ministro ainda vai enfrentar os custos políticos do aumento das tarifas dos serviços públicos, anunciados para vigorar a partir de 1º de agosto. Ele garantiu, no entanto, que "não haverá reajuste para os setores de menores recursos" e que os ajustes "serão muito menores do que o pedido pelas empresas". Leia o especial

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