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FMI exige aumento de 30% nas tarifas públicas da Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, disse hoje que as negociações com o FMI sobre um novo acordo de ajuda financeira emperraram depois que a instituição exigiu um aumento de até 30% nas tarifas de serviços públicos. Duhalde, que vem tentando selar um novo acordo com o Fundo desde que tomou posse em janeiro, insistiu ao representantes do FMI que não poderá elevar as tarifas de serviços de energia elétrica, gás e telefone no momento em que o país está afundado na mais severa crise econômica. "Simplesmente não é possível neste momento na Argentina", disse. "O FMI continua insistindo sobre pontos que simplesmente não são possíveis". Duhalde disse que continuará a trabalhar com objetivo de assegurar um acordo com o FMI. "Nós continuaremos trabalhando até haver um acordo. Mas nós também esperamos que o FMI veja nosso ponto de vista. Afinal de contas isso é uma negociação", disse. Na esperança de cumprir outras exigências do FMI, o Congresso ratificou na noite de quinta-feira o plano de Duhalde para adiar a eleição presidencial em um mês para 27 de abril. A incerteza sobre quando a eleição seria realizada prejudicou as negociações nesses últimos 11 meses. Políticos Boicotam O presidente da Argentina afirmou que existem pessoas boicotando a saída da crise. Segundo ele, os políticos "têm pela frente uma prova de fogo: ou demonstram sua incapacidade e agravam a crise ou mostram que têm inteligência e ajudam o país". Esta foi uma referência à falta de consenso na Câmara de Deputados para aprovar as medidas previstas no pacto político assinado entre o governo e os governadores. O presidente chamou a atenção da população para que "observe os debates (políticos) para ver quem aponta uma Argentina caótica para levar água para seu moinho", uma expressão similar à brasileira "puxar brasa para sua sardinha". Duhalde reclamou que a "Argentina não pode ser o único país isolado do mundo", referindo-se à falta de acordo com o Fundo. Segundo ele, "o acordo vai chegar, mas se estamos discutindo durante tanto tempo é porque a Argentina não firma mais acordos a livro fechado", disse, destacando que governo não quer assumir um acordo que não possa cumprir.

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