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FMI faz alerta sobre ambiente mais difícil para emergentes

Um dos principais desafios para a China e outros emergentes asiáticos será o gerenciamento de uma maior flexibilidade nas taxas de câmbio, que permita que suas moedas se valorizem

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, alertou hoje os países emergentes a se prepararem para um cenário econômico mundial menos favorável. "As autoridades nos mercados emergentes precisam se ajustar ao ambiente mais difícil, se preparando com cuidado para responder de imediato a qualquer tensão que surgir", disse Rato durante a conferência anual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena, Áustria. Essa advertência aos emergentes deverá ser enfatizada na Reunião de Primavera do Fundo e do Banco Mundial, que será iniciada na quinta-feira em Cingapura. Segundo Rato, um dos principais desafios para a China e outros emergentes asiáticos será o gerenciamento de uma maior flexibilidade nas taxas de câmbio, que permita que suas moedas se valorizem. "Isso ajudaria a obtenção de um padrão mais equilibrado de demanda no mundo", explicou. Segundo ele, a Rússia e outros países exportadores de petróleo também poderiam se beneficiar de regimes cambiais mais livres, que limitariam o risco de um aquecimento excessivo de suas economias. "Os países emergentes, em particular aqueles com elevada dívida pública - na América Latina e em outras regiões - vão precisar tirar vantagem de oportunidades para reduzir ainda mais suas vulnerabilidades, e ao mesmo tempo responderem com rapidez a acontecimentos adversos", disse. "Mais nuvens no horizonte" Rato reafirmou que a economia mundial deve manter um comportamento positivo em 2007, com a manutenção do crescimento e controle inflacionário. "Entretanto, como eu já disse, há mais nuvens no horizonte que há um ano", afirmou. Segundo ele, um dos principais riscos para a economia mundial é o desaquecimento do mercado imobiliário nos Estados Unidos, que está ocorrendo num ritmo mais acelerado do que o previsto. "Com isso, existe um risco de uma desaceleração abrupta nos Estados Unidos, que poderia descarrilar a expansão global." Ao mesmo tempo, observou, há também preocupações com as pressões inflacionárias na economia norte-americana e de outros países ricos. "Além disso, interrupções inesperadas ou súbitas no abastecimento de petróleo, caso ocorram, poderiam ter efeitos mais adversos do que os que ocorreram até agora, especialmente se elas afetarem a confiança dos consumidores e das empresas." Segundo o diretor-gerente do Fundo, o impacto dos preços mais elevados do petróleo até agora foi moderado principalmente porque eles foram acompanhados de uma forte demanda por outras commodities, bens e serviços. "Os países em desenvolvimento também foram beneficiados por uma elevação de outros fluxos de capitais , remessas de trabalhadores no exterior, uma posição inicial relativamente forte em suas reservas internacionais e, e muitos casos, pelo perdão de suas dívidas", disse. "Entretanto, essas condições não deverão continuar no futuro."

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