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FMI lista princípios para países abandonarem estímulos

Por AE
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Enquanto os países debatem quando e como abandonar os estímulos econômicos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou princípios que, segundo a entidade, deveriam permear essas decisões. Em um documento divulgado durante os encontros do Grupo dos 20 (G-20) na Escócia, o FMI advertiu neste sábado para que os países não utilizem as estratégias para abandonar esses estímulos muito cedo. O fundo nota que há um risco de que a recuperação econômica perca força.O FMI afirma que a recuperação econômica permanece em ritmo lento e ainda não é autossustentável, pois as condições financeiras estão longe do normal. "O abandono prematuro das políticas monetárias e fiscais de acomodação poderia minar a nascente retomada, bem como um recuo induzido por políticas poderia ser confundido com uma recuperação forte e duradoura", avaliou o FMI.O fundo encoraja os países do G-20 a manterem os estímulos, até que a demanda privada e outros "claros sinais de uma retomada duradoura" retornem. Seus princípios apontam que as nações preocupadas com o cronograma de suas estratégias de saída podem prejudicar a outra ponta, deixando de apoiar a demanda e reparar o setor financeiro. "As atuais condições não justificam uma grande e abrupta retirada nem dos estímulos nem dos esforços para reparar o sistema financeiro", afirmou o órgão.O FMI também recomendou aos países que priorizem a consolidação fiscal, garantam que as medidas de estímulo não se tornem permanentes e comuniquem as estratégias de saída de maneira clara e transparente. Além disso, sugere que os países se coordenem entre si, mas considerem apenas sua própria situação na hora de decidir sobre quando e como retirar os estímulos.O fundo avalia que as taxas de juros podem precisar subir, antes que ações não convencionais - como alguns programas de crédito - sejam totalmente retiradas. "A manutenção de medidas de política monetária não convencionais não necessariamente impede aumentos nas taxas."O FMI afirma que as economias desenvolvidas com grandes dívidas devem evitar manter medidas de estímulo fiscal no sistema por muito tempo, mas sugere que elas podem bancar a política monetária "por um extenso período" por causa de pressões inflacionárias não muito altas. As economias em desenvolvimento, por sua vez, podem ter que subir suas taxas de juro rapidamente, em caso de aumento da inflação. As informações são da Dow Jones.

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