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FMI quer conhecer programa econômico de Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

A missão do FMI no Brasil terá essa semana o primeiro encontro com a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Embora informal, a conversa, que deverá ocorrer terça-feira, marca o início do relacionamento do novo governo com o FMI e a preocupação dos técnicos do fundo é criar um ambiente favorável para as negociações que acontecerão em fevereiro, na segunda revisão do acordo, com Lula já empossado. Essa primeira conversa terá um caráter mais de apresentação. Mesmo assim, o diretor-assistente do departamento do hemisfério ocidental do Fundo, Lorenzo Perez, manifestou no fim de semana o desejo de que a missão entre ?com pé direito? no encontro. Por isso, o fundo está sendo cauteloso nas declarações sobre a situação econômica do País e as perspectivas futuras. Segundo assessores do Ministério da Fazenda, a reunião do chefe da missão, Jorge Marquez-Ruarte, com o coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci, deverá ocorrer no início da tarde de terça-feira. As discussões vão se concentrar no programa econômico do PT. Perez e Ruarte estão atentos às notícias sobre a equipe de transição. As reuniões de trabalho internas, realizadas no hotel durante o feriado e fim de semana, não impediram que eles acompanhassem de perto o noticiário. Todos os dias, logo cedo, o chefe da missão e Perez pediam os jornais. Neste domingo, Ruarte passou um tempo lendo a entrevista concedida por Palocci ao Estado de S. Paulo, na qual o petista fala da disposição do governo Lula de manter a austeridade fiscal. Nesta segunda-feira, a missão terá, no final da tarde, uma segunda reunião com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o diretor do Banco Mundial, Amaury Bier, ex-secretário-executivo e negociador chefe do acordo que garantiu ao Brasil o empréstimo de US$ 30 bilhões, US$ 6 bilhões no governo atual e US$ 24 bilhões a partir do próximo ano. Pela manhã, os técnicos vão se reunir com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, para falar sobre receitas da União e a legislação para combate à sonegação e reforma tributária. No início da tarde, a equipe do FMI vai ao Banco do Brasil, onde conversará sobre a situação da instituição com o presidente Eduardo Guimarães. Na terça-feira, o dia está praticamente tomado por reuniões no Banco Central sobre política monetária e cambial, com o presidente do banco, Armínio Fraga e os diretores. No último dia de trabalho da missão no Brasil, os técnicos voltam a se reunir com Malan e Armínio Fraga. Depois de mais de uma semana de silêncio quase absoluto, o chefe da missão prometeu uma coletiva ao final dos trabalhos.

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