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FMI quer liberação total do câmbio na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais uma vez, o FMI apresentou nova exigência à Argentina como condição para assinar um acordo financeiro. Para conseguir o dinheiro do Fundo, que o governo do presidente Eduardo Duhalde tenta obter sem sucesso desde março, a Argentina teria que liberar totalmente o mercado cambial. O Banco Central, ao contrário do que fez nos últimos meses, teria que deixar de intervir. A possibilidade de liberar o câmbio assusta o governo Duhalde, que teme que isso possa levar a uma nova disparada da moeda norte-americana, aumentando a inflação e provocando novos conflitos sociais. A exigência de liberação do câmbio foi apresentada à equipe econômica argentina que está em Washington por John Doslworth, assessor de Anoop Singh, chefe do Departamento Ocidental do FMI. A equipe argentina, composta pelo secretário de Finanças, Guillermo Nielsen, e pelo presidente do Banco Central, Aldo Pignanelli, está tentando definir os pontos principais de uma eventual carta de intenções com o FMI. O pedido feito por Dolsworth complicou as negociações entre o FMI e a Argentina. Diante desta nova exigência, o governo Duhalde analisa enviar a Washington o ministro da Economia, Roberto Lavagna, para tentar dissuadir o Fundo sobre a questão. A equipe econômica está irritada, pois considera que as exigências são superiores ao que a Argentina está pedindo, que é somente a reprogramação das dívidas com os organismos financeiros internacionais. Lavgana também tentaria convencer o FMI de que o acordo que seria assinado dure pelo menos um ano. Atualmente, o FMI analisa aplicar um programa financeiro de somente um semestre, que teria uma revisão bimestral. No entanto, a equipe argentina pelo menos conseguiu um trunfo, ao convencer o FMI de que neste ano a economia do país não terá uma queda de 16% do PIB - como previa o organismo financeiro - e sim de 12%. Um dos motivos da reticência do FMI em assinar um acordo com a Argentina seriam as dúvidas existentes sobre o cronograma eleitoral. Embora as eleições estejam marcadas para março do ano que vem, existem fortes pressões políticas e sociais para que ocorram antes. Hoje, o secretário-geral da presidência da República, José Pampuro, acrescentou mais incertezas ao afirmar que as eleições "poderiam ser antecipadas" caso o governo obtenha o acordo com o FMI.

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