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FMI reafirma disposição de diálogo com Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que manterá os canais de comunicação abertos com a Argentina mesmo depois de o governo de Buenos Aires ter confirmado a decisão, nesta quinta-feira, de não efetuar um pagamento de US$ 805 milhões ao Banco Mundial, alegando não ter condições de honrar o débito, na falta de perspectiva um acordo com o Fundo. "Fizemos novos progressos com o ministro (Roberto) Lavagna e sua equipe nesta semana", afirmou a primeira vice-diretora gerente do Fundo, Anne Krueger, numa nota divulgada na noite desta quinta-feira. "Concordamos, em termos gerais, sobre a seqüência de uma estratégia inicial para o setor bancário e em que não haverá novas suspensões mandatórias na aplicação da lei de falências", informou Krueger. "As autoridades também concordaram em buscar o consenso necessário com as autoridades políticas." A nota do Fundo relacionou os vários pontos de divergência que continuam a impedir um acordo, a começar pela situação fiscal das províncias em 2003. Krueger antecipou a decisão da administração do Fundo de apoiar a prorrogação de um pagamento de US$ 140 milhões que vence no próximo dia 22 e enfatizou a importância do diálogo entre a Argentina e os organismos financeiros multilaterais. O economista Mohamed El-Erian, ex-alto funcionário do FMI e atual administrador do maior fundo de investimentos em mercados emergentes, o PIMCO, disse que "a preservação dos canais de comunicação entre o governo de Buenos Aires e a comunidade financeira oficial é essencial, porque a história ensina que, quando um país chega ao ponto de faltar a um pagamento a um organismo oficial, a situação de crise pode virar uma bola de neve, se não se alcançam os compromissos políticos necessários". Para El-Erian, a situação "é extremamente difícil porque a Argentina não tem hoje âncora econômica, financeira ou política para fazer face à crise". Apesar da disposição ao diálogo manifestada por Krueger, a situação criada pelo calote argentino no Bird praticamente sepultou as chances de o governo do presidente Eduardo Duhalde chegar a um entendimento com o Fundo que prepare e facilite o caminho para seu sucessor, a ser escolhido em eleições ainda não marcadas. A decisão das autoridades argentina "reforçará a impressão dos investidores de que este é um governo que não tem disposição nem capacidade para lidar com os problemas que enfrenta", disse Michael Gavin, economista do UBS Warburg.

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