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FMI recomenda que Brasil mantenha cautela

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, afirmou, em comunicado divulgado ontem por volta das 23 horas (horário de Brasília), que as autoridades brasileiras precisarão manter a postura cautelosa e proativa de política econômica observada nos últimos anos. O comentário foi feito após a diretoria-executiva do FMI ter concluído a primeira revisão do acordo stand-by aprovado em setembro do ano passado, que resultou na concessão do crédito de US$ 15,2 bilhões. Desse total, o governo brasileiro já sacou US$ 4,6 bilhões. A conclusão da revisão do acordo permitirá ao Brasil sacar, se necessário, uma quantia adicional de US$ 448 milhões. "A manutenção de políticas macroeconômicas sólidas e o apoio do FMI permitiram ao Brasil enfrentar uma série de choques externos e domésticos em 2001, incluindo a escassez de energia elétrica", disse Köhler, em seu comunicado. Ele observou que as variáveis do mercado financeiro recuperaram-se significativamente do nível mais baixo atingido após os ataques terroristas de 11 de setembro. "Embora o crescimento da demanda doméstica tenha diminuído em 2001, o desempenho das contas externas tem sido sólido, dado em parte à significativa depreciação do real. No entanto, o ambiente externo permanece volátil e o Brasil tem uma grande necessidade de financiamento externo. As autoridades precisarão manter a postura cautelosa e proativa de políticas econômicas exibida nos últimos anos", afirmou o diretor-gerente do FMI. No comunicado, Horst Köhler disse que a redução, pelas autoridades brasileiras, da parcela da dívida doméstica brasileira indexada ao dólar é oportuna e que as indicações são de que a política fiscal brasileira teve um desempenho melhor do que o programado no ano passado. Ele também informa que o orçamento de 2002 requer a manutenção de um forte superávit primário do setor público. Köhler ressaltou, ainda, que o bom desempenho fiscal e o fortalecimento do arcabouço institucional, no tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal, dá a confiança de que a meta de superávit será atingida. "A parcela da dívida pública que é indexada à taxa de câmbio aumentou a sensibilidade dos indicadores fiscais ao movimento do câmbio, e é oportuno o compromisso das autoridades de procurar reduzir o estoque desses instrumentos na medida em que os mercados permitam", afirmou o diretor-gerente do FMI. Inflação Dados aos choques atípicos observados em 2001, o fracasso em atingir a meta inflacionária no final do ano pelo governo brasileiro foi quase inevitável, explicou Köhler. "As autoridades estão preparadas para ajustar as políticas para garantir que a meta seja atingida em 2002", ressaltou. Segundo ele, o consenso das expectativas aponta para uma significativa redução da inflação neste ano. "As autoridades brasileiras têm reequilibrado apropriadamente o ´mix´ de instrumentos de política monetária, e acabaram com as intervenções no mercado ´spot´ de câmbio", observou. "Enquanto se obteve progresso na agenda de reforma estrutural em 2001, será importante, no tempo limitado que resta ao calendário do Congresso, manter os esforços para obter a aprovação da legislação restante".

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