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FMI reduz previsão de crescimento para a zona do euro

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta quarta-feira em três décimos sua previsão de crescimento para a zona do euro em 2005, para 1,3% do PIB, mas afirmou que a economia européia chegou ao fundo do poço e já começou sua recuperação. Num relatório divulgado hoje, o FMI previu para 2006 um aumento do PIB real - descontada a inflação - de 1,9%, quatro décimos a menos que seu cálculo de abril. A correção deixa os números do Fundo parecidos com os da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que, após realizar sua própria revisão para baixo em maio, previu um crescimento de 1,2% para este ano e de 2% em 2006 na zona do euro. Mas, apesar de o FMI ter reduzido suas estimativas do PIB, o Fundo aponta para uma luz no fim do túnel. "O pessimismo sobre a Europa é exagerado", declarou Michael Deppler, responsável do FMI para o continente, durante a apresentação do relatório. Economia européia A economia européia se manteve em agonia nos últimos anos e sofreu os golpes dos altos preços do petróleo e da valorização do euro, que encareceu suas exportações. Segundo o Fundo, no início do ano a zona do euro alcançou o ponto mais baixo em seu ciclo econômico. "Há três ou quatro meses tudo estava caindo e não se sabia quando se chegaria ao fundo do poço. Então tinha de ser considerado um corte (das taxas de juros)", observou Deppler. Desde então, as coisas melhoraram e, por isso, o relatório considera que a política monetária atual é "adequada", recomendando que o Banco Central Europeu desvalorize a moeda apenas se a recuperação der sinais de sufoco. FMI condena alta do euro Em todo caso, o FMI não é a favor de uma alta do euro, como sugeriram alguns especialistas para conter a escalada de preços do setor imobiliário em alguns países europeus, especialmente Espanha, Holanda e Irlanda. "Deve-se lidar com este problema em nível nacional, não em nível da zona do euro", afirmou Deppler, que recomendou às autoridades o controle do aumento das hipotecas. Em seu relatório, o FMI afirma que existem os alicerces para uma recuperação "morna" da atividade econômica na zona do euro, já que os custos trabalhistas estão controlados, o que aumentou a rentabilidade das empresas. Para que a recuperação seja mais forte, "vigorosa" e "auto-sustentável", a chave é o aumento do consumo, que se manteve fraco. Para colocar mais dinheiro no bolso dos europeus e estimulá-los a gastar, o FMI não aconselha um aumento dos salários, mas uma redução do desemprego, explicou o relatório. O organismo também insistiu que os Governos devem economizar mais, apesar do pequeno crescimento econômico. "As políticas fiscais estão muito longe das necessidades de consolidação e a área não está suficientemente preparada para o problema demográfico que se aproxima", com o envelhecimento da população, adverte o relatório.

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