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FMI revisa estimativas de crescimento para AL

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima as perspectivas de crescimento para a América Latina este ano. O diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, Claudio Loser, disse que a região, excluindo a Argentina, deve crescer este ano 2,5%, acima dos 0,7% a 0,8% estimados no início deste ano. Incluindo a Argentina, cujo Produto Interno Bruto (PIB) pode encolher entre 5% e 8% este ano, a expansão da economia latino-americana deve ficar reduzida a 1%. Para 2003, o Fundo prevê uma taxa de expansão bem maior, entre 3% e 4%, incluindo a Argentina. O FMI projetou também um crescimento de 2% para a economia mundial, podendo chegar a 4% em 2003. O funcionário do Fundo disse também que os Estados Unidos deverão apresentar uma expansão de 1,7% este ano e entre 3,5% e 4% no próximo. "É claro que essas estimativas estão sujeitas a impactos", explicou Loser. De acordo com ele, o PIB norte-americano já mostrou uma expansão de 0,4% no último trimestre do ano passado (1,4% dessazonalizado). "Isso terá um importante efeito na região", estimou Loser. O economista do Fundo explicou também que , no ano passado, uma série de efeitos externos e internos prejudicaram o desempenho econômico dos países latino-americanos, que mostraram, em conjunto, uma expansão nula (zero). Entre eles, Loser citou a desaceleração da economia mundial, que se expandiu apenas 2,5%, a taxa mais baixa dos últimos oito anos, e o fraco crescimento do comércio, que não passou de 1%, também o mais baixa dos últimos 30 anos. Além disso, acrescentou, "foi a primeira vez em que se registrou uma desaceleração econômica nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão ao mesmo tempo". Loser atribuiu também ao fraco desempenho da América Latina em 2001, depois de haver crescido 5,5% no ano anterior, à queda de 3% dos preços dos produtos primários no mercado internacional. "Esse produtos representam 50% das exportações regionais", explicou. Loser disse também que a seca, que afetou o Brasil e América Central, e a febre aftosa, que reapareceu no Cone Sul, também impactaram na economia latino-americana. Finalmente, disse o economista do Fundo, a crise argentina afetou os custos de financiamento (taxas de juros dos créditos no mercado internacional). "Os spreads ficaram maiores, pressionando as moedas de alguns países, entre eles o Brasil e o Chile, ao final do ano passado", afirmou. Apesar disso, relatou o economista, as políticas econômicas permitiram absorver o impacto da queda do crescimento. Para Loser, as autoridade econômicas adotaram medidas importantes para manter a estabilidade financeira, o que fez com que os déficits fiscais se deterioraram apenas 0,5%.

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