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FMI vê risco em redução muito rápida nos estímulos das economias avançadas

Fundo diz que turbulência recentes nos mercados financeiros mostra os riscos de alguns países emergentes, como o Brasil

Por Reuters e com Agência Estado
Atualização:

WASHINGTON - Economias avançadas, incluindo os Estados Unidos, têm de evitar reduzir seu estímulo de forma muito rápida dada a fraqueza da recuperação econômica global e a recente volatilidade do mercado deixa claro importantes riscos em alguns mercados emergentes, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.

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O FMI afirmou que há escopo para coordenação melhor dos planos de saída de banco central, algo que muitas autoridades de mercados emergentes pediram quando o Federal Reserve, BC norte-americano, começou a reduzir seu suporte à economia.

Em nota preparada para as reuniões do G-20, grupo que reúne as principais economias do mundo, a equipe do FMI informou que a perspectiva para o crescimento global é semelhante à avaliação anterior, divulgada em janeiro. O fundo prevê expansão de cerca de 3,75% neste ano e 4% em 2015.

Mas há novos riscos com a inflação muito baixa na zona do euro e mercados emergentes precisam de políticas econômicas sólidas e taxas de câmbio flexíveis para enfrentar a turbulência.

"Fugas de capital, juros mais altos e ampla depreciação cambial em economias emergentes continuam sendo importantes preocupações e o persistente aperto das condições financeiras pode golpear o investimento e o crescimento em alguns países, considerando as vulnerabilidades corporativas", informou a nota, antes da reunião de ministros das Finanças e integrantes de bancos centrais em Sidney, em 22 e 23 de fevereiro. Nos países emergentes, a expectativa é de que o crescimento da China se reduza levemente neste ano e em 2015, "em parte por causa de medidas adotadas para desacelerar a expansão do crédito e para elevar o custo do capital", diz o FMI, que também prevê uma aceleração no crescimento da Índia. "Em outros lugares, o crescimento continua a patinar como resultado de demanda doméstica fraca, incluindo Brasil, Indonésia, Rússia e África do Sul, embora, na maioria dos casos, ainda se espera uma aceleração neste ano e no próximo. No caso de algumas economias, notavelmente aquelas que elevaram taxas de juro em reação a pressões do mercado, o crescimento provavelmente será revisado para baixo", diz o FMI.

Algumas autoridades de mercados emergentes culparam o Fed pelas turbulências nos mercados em janeiro e no ano passado, quando o banco central dos EUA começou a sugerir a redução do estímulo. O Fed começou a diminuir o ritmo das compras de títulos, atualmente em US$ 65 bilhões ao mês, nos últimos dois meses.

O FMI informou que há espaço para melhor cooperação na retirada da política monetária não convencional, como a ampliação da discussão dos planos de saída do banco central, e pediu que o Fed tome cuidado para não concluir o apoio rapidamente demais.

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