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FMI vê zona do euro ameaçada por países periféricos

Duro alerta foi feito por John Lipsky, diretor-gerente interino do Fundo, preocupado com as consequências do agravamento da crise da Grécia

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Por Redação
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WASHINGTON A crise de dívida nos países da periferia da zona do euro está ameaçando a recuperação econômica da região e pode causar uma ruptura financeira global se não for interrompida, disse ontem o diretor-gerente interino do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky. Nos comentários feitos em paralelo ao encontro de ministros de Finanças europeus para discutir a dívida da Grécia, Lipsky acrescentou que "as implicações podem ser mais sérias se (a crise de dívida nos países da periferia) houver consequências sobre o sistema financeiro de economias principais". "A ampla e sólida recuperação prossegue, mas a crise soberana na periferia pode se sobrepor a esse cenário favorável e muito ainda tem de ser feito para garantir uma união monetária dinâmica e resistente", disse o FMI."A falta de uma ação decisiva pode rapidamente ampliar a tensão para a área central da zona do euro e ter um efeito global maior", disse Lipsky. "O impacto direto da crise de dívida nas nações da periferia da zona do euro sobre a economia global é relativamente menor, em razão do pequeno tamanho de países como Grécia, Portugal e Irlanda", afirmou Lipsky.As declarações são as mais fortes feitas até agora pelo FMI sobre a crise de dívida da Grécia. Lipsky disse que o FMI não está atualmente negociando um segundo programa de resgate com a Grécia. Ao contrário, disse Lipsky, o Fundo quer ter certeza de que o primeiro programa de austeridade da Grécia está em correto andamento e pode ser totalmente financiado. Segundo Lipsky, estar com o programa em correto andamento implica aprovação pelo Parlamento de uma série de medidas de austeridade. Ele acrescentou que o Fundo deve também obter garantias dos países da zona do euro de que o plano de austeridade será totalmente financiado - sugerindo que o FMI está ansioso por ver algum progresso dos governos da zona do euro na questão da partilha com os credores privados dos prejuízos da dívida grega. Lipsky observou ainda que a "posição inicial" da Grécia era "excessivamente difícil", mesmo antes de o país obter o primeiro pacote de resgate. "Nessas circunstâncias, é compreensível que haja uma correção no meio da trajetória", acrescentou. O FMI fez críticas veladas ao governo da Alemanha, que mais fortemente deu demonstrações de relutância para financiar qualquer pacote adicional de ajuda. /DOW JONES NEWSWIRES

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