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Mercado volta a elevar projeção para inflação e diminuir a do PIB

Analistas ouvidos pelo Relatório Focus acreditam que o IPCA fechará 2015 em 9,25%; economia deve se retrair 1,80% no ano

Por Victor Martins
Atualização:

Pela 16ª rodada consecutiva, a perspectiva para a inflação de 2015 foi revisada para pior. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano avançou de 9,23% da semana anterior para 9,25% agora. Há um mês, essa projeção estava em 9,04%. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o Banco Central havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,1% usando os parâmetros de mercado.

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A mediana das projeções para o IPCA de 2016, no entanto, ficou estancada nesta segunda-feira, 3, no Relatório de Mercado Focus, divulgado há pouco pelo BC. O ponto central da pesquisa permaneceu em 5,40%. Há um mês, estava em 5,45%.

O fim de 2016 é o foco da autoridade monetária neste momento, já que promete entregar a inflação no centro da meta daqui a pouco mais de um ano. Pelos cálculos da instituição revelados no Relatório Trimestral de Inflação, o IPCA ficará em 4,8% em 2016 no cenário de referência e em 5,1% no de mercado. A luta do BC no momento é tentar convencer o mercado de que chegará ao centro da meta em 2016.

Para a inflação de curto prazo, o IPCA de julho na pesquisa Focus ficou estável em 0,58% de uma semana para outra - ante 0,43% de quatro edições atrás. No caso de agosto, a taxa estimada permaneceu em 0,30% no período. 

Recessão. Mais uma vez, o mercado financeiro revisou para baixo suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. A expectativa de retração de 1,76% no Relatório de Mercado Focus foi substituída por uma queda de 1,80% agora. 

A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Ficou em 0,20% nesta segunda-feira, mesmo número da semana anterior. Um mês antes, estava em 0,50%. O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção, de queda de 0,6% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%.   Segundo o BC, essa piora foi influenciada por impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de -3,4% para -6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de -1,4% para -5,6%, refletindo cenário de aumento da participação de termoelétricas na oferta de energia e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. Para o setor de serviços, a autoridade monetária, que até março via uma ligeira expansão de 0,1% em 2015, passou a projetar queda de 0,8%.   No boletim Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial, no entanto, foi mantida em baixa de 5%. Essa previsão segue estável há três semanas. Já para 2016, a mediana das estimativas segue em alta de 1,30%.

Dólar. Pela segunda semana consecutiva, o Relatório de Mercado Focus trouxe um aumento nas projeções para a taxa de câmbio. O documento, atualizado esta manhã pelo Banco Central, mostra que a mediana das estimativas para o câmbio em 2015 passou de R$ 3,25 para R$ 3,35. 

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