O resultado não poderia ser diferente do que foi aferido pelo Estadão Dados. Nos 12 meses encerrados em agosto, os 26 Estados e o Distrito Federal gastaram, em média, 46,75% de sua receita líquida corrente com a folha de pagamento. Isso significa que estão, em média, acima do limite prudencial de 46,55% definido pela LRF, fato que não ocorria desde 2000 e que exige providências imediatas.
Seis governos estaduais ultrapassaram o limite máximo de 49% estabelecido pela LRF: Rio Grande do Norte (54,7%), Tocantins (51,47%), Mato Grosso (51,20%), Paraíba (51,15%), Distrito Federal (50,8%) e Pernambuco (50,33%). Outros cinco – Santa Catarina, Alagoas, Minas Gerais, Pará e Amazonas – já gastam com pessoal mais de 48% de sua receita. Sete, entre eles São Paulo, estão no nível prudencial. Em situação regular, só Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rondônia.
Sete Estados recorreram ao aumento do ICMS, mas nem assim alguns estão conseguindo equilibrar suas contas. O governo de Minas Gerais, por exemplo, propôs um orçamento com déficit de R$ 8,921 bilhões, mesmo tendo aumentado impostos.
Esse quadro faz prever que a parcela que os Estados darão para o resultado das contas do setor público em geral será mínima ou, na pior das hipóteses, eles concorrerão para aumentar o déficit. Resta saber se, depois de decorrido o prazo de dois quadrimestres que os Estados têm para ajustar suas contas, o governo federal terá força para suspender as transferências voluntárias da União e proibir as operações de crédito para aqueles que continuarem gastando com o funcionalismo mais que o limite estabelecido pela LRF.