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Folia das marcas terá de massagem a pochete 'cooler'

Para pular carnaval com os consumidores, empresas inovam e investem em serviços durante a festa

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

Com o carnaval se aproximando, as marcas começarão a veicular nesta semana as campanhas programadas para a festa. Território tradicional de empresas de bebidas alcoólicas, a folia passou a atrair companhias de outros segmentos com o crescimento dos blocos de rua em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em um cenário cada vez mais disputado, o desafio das empresas é encontrar uma característica para que sobressaiam na multidão de ativações durante a festa.

Se antes bastava distribuir brindes ou garantir banners gigantes, agora o foco é a prestação de serviços. É esse caminho que várias marcas deverão trilhar em 2019. A Smirnoff Ice, em ação coordenada pela agência CP+B, vai distribuir “pochetes cooler” para quem estiver na rua. A ideia é que as pessoas possam pular carnaval com as mãos livres – e mantendo a bebida na temperatura ideal. 

No carnaval, marcas querem incentivar compartilhamento em redes sociais Foto: Wilton Junior/Estadão

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Já o medicamento Dorflex, da gigante francesa Sanofi, está focado em ajudar as pessoas a descansarem entre um trio elétrico e outro. Em Salvador, um dos berços do carnaval de rua do País, a marca vai instalar pontos de descanso, com direito a cadeiras de massagem. Só na capital da Bahia, o serviço estará disponível em 50 farmácias. 

O medicamento fará em 2019 sua primeira campanha de grande alcance no carnaval, que incluirá também veiculação de filmes na televisão. “O carnaval nos possibilita reforçar a proximidade com o consumidor”, diz Vinícius Santos, diretor de marketing de produtos de consumo da Sanofi Brasil.

A gigante das bebidas Ambev, que nos últimos anos abandonou os camarotes da Marquês de Sapucaí por uma estratégia voltada ao carnaval de rua, montou uma espécie de guia de blocos. Em parceria com o Facebook, a marca Skol criou ferramenta que relaciona o perfil do consumidor ao estilo de cada bloco. Ao fornecer certos dados à marca, o folião poderá receber via Messenger recomendações sobre as melhores opções para ele a cada dia.

Alcance. O carnaval é uma oportunidade para as marcas de grande volume de vendas, que precisam se comunicar com uma massa considerável de clientes ao mesmo tempo, segundo Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult. “É uma oportunidade para marcas de apelo popular muito além das cervejarias”, explica. “E as empresas precisam ser criativas, para que as pessoas compartilhem as ações nas redes sociais, ampliando o retorno sobre seu investimento.”

A busca por uma “segunda vida” para as campanhas na internet também pauta as marcas que investem em camarotes no Sambódromo em São Paulo e no Rio de Janeiro. O Camarote n.º 1, criado pelo empresário José Victor Oliva após 26 anos de espaços patrocinados pela Ambev, vendeu cotas de patrocínio para empresas como Pernod Ricard, O Boticário e Trident. Em todos os casos, a ordem é que os donos de cotas criem ações para motivar os convidados a postarem a interação com a marca no Facebook ou Instagram. 

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Com a pulverização de investimentos das marcas no carnaval, os patrocínios só pagam 40% dos gastos com o camarote, diz Márcio Esher, diretor do Banco de Eventos. O restante vem da venda de ingressos, que custam até R$ 2,2 mil por noite.

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