Publicidade

Força Sindical aprova pauta de flexibilização da CLT

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 20 mil metalúrgicos da região metropolitana de São Paulo aglomeraram-se na manhã deste domingo em frente do Palácio do Trabalhador, em São Paulo, sob o comando da Força Sindical, para selar a aprovação de mudanças na concessão de direitos trabalhistas, que vão ser negociadas nos futuros acordos coletivos. Por maioria absoluta, os trabalhadores disseram ser favoráveis a discutir com as empresas a divisão dos 30 dias de férias em até quatro períodos de cinco dias úteis, o parcelamento da participação nos lucros e resultados e do 13.º salário, a redução do horário de almoço para meia hora e o pagamento em dinheiro da licença paternidade, entre outros itens. Esta ala do movimento sindical é favorável à alteração no artigo 168 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que permitirá a empresas e trabalhadores decidirem sobre a concessão dos benefícios constitucionais. Um dos objetivos da assembléia foi chamar a atenção do governo para a questão, num momento em que a briga entre o PSDB e o PFL ameaça adiar a votação do projeto, que seria avaliado em caráter de urgência. "A flexibilização das leis trabalhistas é inexorável. O que queremos é participar desse processo", afirmou, durante o evento, o deputado federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP). Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, o fato de o governo ter inserido o tema na pauta de urgências motivou uma "certa antipatia" por parte da população, mas a alteração na CLT "não vai acabar com o direito de ninguém". Paulinho afirmou que os sindicatos ligados à entidade continuarão negociando a concessão dos direitos com as empresas, independentemente da aprovação das mudanças na lei pelo Congresso. "Os sindicatos têm de poder discutir com os patrões de que forma os direitos serão concedidos aos trabalhadores", disse. Representatividade O líder da Força Sindical ressalvou entretanto, que é preciso que a representatividade dos sindicatos seja fortalecida para que as entidades estejam aptas a negociar os direitos dos trabalhadores com a classe patronal. "Só no ano passado surgiram 642 novos sindicatos. Sabemos que de 80% a 90% dos que estão aí não têm legitimidade nenhuma", afirmou Paulinho. Os metalúrgicos - motivados por shows e sorteios de prêmios a acordar cedo para participar da assembléia - mostraram consenso quanto às propostas de fim do imposto e da unicidade sindicais, mas ainda mostram cautela em relação às vantagens da flexibilização das normas da CLT. "Eu só concordo porque acho que pior do que está, a situação não pode ficar", disse o metalúrgico Irineu dos Santos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.