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Força-tarefa tenta achar solução para Argentina

Por Jamil Chade e Genebra
Atualização:

A Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil e até Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tentam encontrar uma solução para acomodar a posição argentina na Rodada Doha. Buenos Aires deixou novamente claro ontem que não aceita o pacote proposto pela entidade. O problema central seria o número de setores industriais que poderiam ser declarados sensíveis. O Mercosul também poderia ser chamado para que a distribuição dos setores sensíveis seja feita de uma forma que acomode os argentinos. Uma das opções é criar um modelo que permita aos argentinos incluir um número maior de setores sob proteção, mas que sirva apenas para o Mercosul e não abra precedentes para que outros também peçam novas exceções. A Índia chegou a sugerir que o Brasil abra mão de setores que quer manter protegidos para permitir um acerto com a Argentina. Por estarem em uma união aduaneira, Brasil e Argentina precisam adotar a mesma tarifa de importação. Para isso, precisam contar com uma política comercial e uma posição comum na OMC. O problema é que o Brasil já saiu em defesa do pacote que hoje está sobre a mesa e rompeu com a posição de Buenos Aires. Jorge Taiana, ministro de Relações Exteriores da Argentina, afirmou ontem aos ministros na OMC que seu país não teria como aceitar o pacote. Horas antes, o diretor da entidade, Pascal Lamy, o chamou para uma conversa com a intenção de contornar a crise. O chanceler Celso Amorim deu indicações de que o Brasil também fará um esforço para acomodar os argentinos. "O Mercosul está vivo. Faremos o que for necessário para ajudar a encontrar uma solução", afirmou. O Mercosul tem o direito de manter 1.240 linhas tarifárias sob proteção. Uma das opções em debate seria a de permitir que os argentinos tenham um número maior de setores, mas que o total do Mercosul não seja afetado. Para isso, o número de setores protegidos no Brasil sofreria uma queda. "Estamos acompanhando o que ocorrerá nessa negociação", garantiu Mario Marconini, diretor de Relações Internacionais da Fiesp. A entidade estaria disposta a rever o número de linhas tarifárias sob proteção.

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