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Ford anuncia PDV em suas três fábricas

Montadora alega necessidade de ajustar quadro ao nível de produção atual, afetado pela queda das exportações

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Às vésperas do anúncio de renovação do acordo que reduz o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis, a Ford abriu ontem um programa de demissão voluntária (PDV) para todos os trabalhadores das três fábricas do grupo no País, em São Bernardo do Campo, Taubaté (SP) e Camaçari (BA). Juntas, elas empregam cerca de 10 mil pessoas. A General Motors ampliou o período de licença remunerada de cerca de 600 funcionários da fábrica de São José dos Campos (SP) que estão em casa desde dezembro. O retorno, antes previsto para segunda-feira, foi adiado para 4 de maio. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, essa é quarta prorrogação do período da licença concedida a esse grupo de funcionários. Eles foram informados do novo prazo por telegramas. A Ford afirma não ter meta a ser atingida no PDV. Segundo sindicalistas, a intenção é atrair principalmente trabalhadores já aposentados e aqueles com restrições médicas. Os atrativos vão de 45% a 140% do salário nominal mensal por ano trabalhado a indenizações de R$ 10 mil a R$ 15 mil. A montadora alega necessidade de ajustar o efetivo ao nível de produção atual, relacionado principalmente à redução na exportação. Em nota, a Ford informou que "a queda nas vendas externas é resultado da desaceleração da economia global e tem afetado os principais mercados da Ford, bem como de toda a indústria". Só no primeiro bimestre, as exportações da Ford caíram 52,3% em relação ao mesmo período de 2008. Já a produção para o mercado interno está aquecida na unidade de automóveis em São Bernardo, e os funcionários foram convocados para trabalhar hoje. Na unidade de caminhões, ao contrário, o ritmo está mais lento, informa João Cayres, membro da comissão de fábrica. No segmento de pesados, o benefício da redução do IPI não teve o mesmo efeito obtido nas vendas de automóveis. SEM RENOVAÇÃO A Mercedes-Benz e a GM também anunciaram recentemente planos de saídas voluntárias, mas nenhuma delas divulgou número de adesões. A GM, além disso, não está renovando os contratos de 1,6 mil trabalhadores temporários que estão vencendo entre este mês e abril. A GM foi a montadora que mais insistiu em deixar de fora do acordo de renovação do corte do IPI a manutenção de empregos dos funcionários temporários. A empresa também alega dificuldades nas exportações. A Volkswagen, outra que tem mão de obra temporária, vem renovando a maioria dos contratos, mas deve deixar de fora cerca de 250 funcionários já aposentados. A montadora tem convocado funcionários para trabalho aos sábados e já acertou jornadas extras para abril. Na Renault, com fábrica no Paraná, cerca de 500 trabalhadores que estavam com os contratos suspensos até maio voltaram ao trabalho nesta semana. Outros 500 ainda estão em casa.

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