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Fornecedor das usinas de Angra não garante nem a sua própria operação

Por conta dos calotes da Eletronuclear e, paralelamente, dos cortes em seu orçamento, a empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) não tem garantia de que será mantida operante até o fim de 2018

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Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA – A empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal que detém o monopólio de processamento do urânio no Brasil e que é a única fornecedora do combustível para Angra 1 e 2, ainda não tem garantia de que poderá manter suas operações até o fim de 2018, por conta dos calotes da Eletronuclear e, paralelamente, dos cortes em seu orçamento.

Cada recarga de combustível de Angra 1 e 2 custa, em média, R$ 519 milhões. O abastecimento é feito de forma intercalada entre as usinas, a cada dois anos. Em 2015, a INB deixou de receber R$ 81 milhões da Eletronuclear.

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Vista lateral da mina de urânio em Lagoa Real (BA) com placa da INB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Em 2016, houve nova frustração de caixa e a estatal ficou sem receber mais R$ 121 milhões. As dívidas se avolumaram com os atrasos deste ano, levando a Eletronuclear a firmar um acordo com a INB para quitar uma dívida total de R$ 654 milhões.

Por meio de nota, a INB informou que “a Eletronuclear está cumprindo parcialmente o acordo” e que, até novembro, pagou R$ 566 milhões dessa conta. “Há expectativa de que efetue mais um pagamento na ordem de R$ 40 milhões, em dezembro. Este acordo possibilitará a INB dar continuidade as operações em 2017 e início de 2018”, informou a estatal.

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Procurado pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia informou que cabe ao Grupo Eletrobrás comentar o assunto. Por meio de nota, a estatal reconheceu a crise. “De fato, temos problemas de caixa ocasionados pela cobrança antecipada do financiamento de Angra 3, dado que a obra está parada e, além de não gerar caixa, ainda gera despesas de manutenção”, afirmou o grupo.

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A Caixa Econômica Federal não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

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