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Fraga acredita que haverá crescimento econômico

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, não se deixa abater pelas dificuldades que afetam o País e confia que, apesar de tudo, o PIB brasileiro deve apresentar um resultado positivo este ano, 1,5%. Falando ontem em São Paulo, com trechos de seu discurso transmitidos pelo Jornal das Dez, da Globonews, ele disse que esse cenário terá curta duração e as coisas serão resolvidas em breve espaço de tempo. "Apesar dessa conjuntura adversa, o País vai crescer 1,5%. É menos do que nós gostaríamos. Mas num momento em que países da nossa vizinhança registram quedas de 10%, 15% em seus PIBs, este é um sinal de que, superadas estas incertezas internas e externas, nós temos tudo para entrar de novo num trem de alta velocidade de crescimento e desenvolvimento." Fraga lembrou que, para tanto, o Brasil tem o apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e do BID. "Em função disso, é que eu tenho a confiança que hoje procuro transmitir a vocês em relação ao futuro do nosso País." As incertezas do câmbio Em Belo Horizonte, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, considerou que a alta expressiva do dólar e a queda da Bovespa é resultado do contexto internacional adverso, que nesta segunda-feira afetou os mercados de todo o mundo. Segundo ele, a incerteza não afeta apenas a economia, mas também a área político-militar. Para Malan, os efeitos sobre o câmbio estão sendo grandemente exagerados, já que os candidatos à Presidência se comprometeram a honrar os compromissos, a respeitar os contratos externos e internos, a preservar a inflação sob controle e a gerar os superávits primários necessários para estabilizar a relação dívida-PIB. Pedido aos candidatos Em entrevista à Globonews, Malan considerou importante que os principais candidatos à sucessão presidencial reiterem, neste momento de forte especulação financeira, seus compromissos com a estabilidade. "Eu venho participando do debate público, dizendo que os candidatos estariam fazendo um enorme serviço a si próprios e ao País se procurassem deixar claro, como o fizeram recentemente, por escrito, seus compromissos com essas questões básicas que deixam alguns mais sobressaltados." Fraga em eventual governo do PT O economista Affonso Celso Pastore, entrevistado no canal Bloomberg, manifestou suas desconfianças em relação a um eventual governo Lula, devido à tentação de que venha a adotar soluções heterodoxas para a economia do País. Segundo Pastore, "é mais fácil culpar os investidores externos e, entre aspas, os especuladores internacionais que conspiram contra o País, com uma retórica desse tipo, do que assumir a responsabilidade de fazer uma política austera que coloque o País nos eixos." Para Pastore, se adotar o caminho da heterodoxia, "que é o caminho da culpa, da caça às bruxas", o PT dará com os burros n´água. "Acho que essa é uma possibilidade. Eu espero que isso não aconteça. Espero que um governo (petista) tenha a racionalidade suficiente para saber que guerras como esta se ganham com responsabilidade na política econômica, tomando medidas fiscais austeras, fazendo uma política monetária bem feita, deixando o Armínio Fraga no Banco Central, que é contra aquilo que o PT reivindicam. Não porque ele seja um Armínio Fraga, que ele tenha trabalhado no Soros. Mas simplesmente porque ele é um economista extremamente competente. E, diante de uma pressão grande como essa, vem tentando fazer o melhor possível, e vem fazendo o melhor possível nas circunstâncias?, defendeu.

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