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Fraga admite aumento dos combustíveis

Segundo declarações do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, reajuste de combustíveis no fim deste ano, ou no ano que vem, é inevitável se os preços do petróleo continuarem altos. O aumento afetaria até as metas de inflação do governo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, admitiu que um reajuste de combustíveis no fim deste ano, ou no ano que vem, é inevitável se o petróleo continuar com preço alto. "Por enquanto não existe nenhuma decisão. Mas é evidente que se petróleo continuar acima de US$ 30, em algum momento será feito algum reajuste, mas como, quanto, quando, e se é que vai ter, eu não sei", disse Fraga em entrevista à Agência Estado. "No nosso relatório de inflação, decidimos incluir um aumento nos combustíveis no fim do ano, inclusive, para que ninguém nos acuse de tapar o sol com a peneira", afirmou. O aumento que aparece no relatório de inflação é de 5%. Ele reconhece, no entanto, que isso acabará reduzindo o espaço para que a inflação de 2001 fique dentro do centro da meta, que é de 4%. "Sem dúvida. Mas não creio que esse seja critério para decidir reajuste. O critério tem que ser de impacto fiscal e microeconômico, para decidir quando o reajuste será dado". Segundo pesquisa do BC, as expectativas do mercado projetam inflação de 4,3% para 2001. Os economistas de 20 instituições financeiras que compõem a Comissão de Acompanhamento Macroeconômico da Andima se dividiram na última reunião da Comissão, no fim de setembro, em relação à data do reajuste. Parte argumentou que o governo faria o reajuste ainda este ano para evitar que o aumento dos combustíveis pesasse na inflação do ano que vem. Inflação de setembro O presidente do Banco Central disse que a queda da inflação em setembro deve ser avaliada com cautela: "a gente tem que avaliar com cuidado para ver se não foi uma coisa transitória, que depois volte a subir. Nessas coisas o detalhe é muito importante." Fraga lembrou que o último relatório trimestral de inflação previa IPCA de de 0,45% para setembro. Fraga também disse que, mesmo com a redução em setembro, a projeção do BC é de que a inflação fique um pouco acima do centro da meta de inflação, de 6%, este ano.

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