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Fraga diz que especular é jogo de risco

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, fez um alerta para quem está especulando com a alta do dólar. "No mercado há pessoas ganhando com a alta do dólar no curto prazo, mas tenho muita confiança em dizer que quem está apostando na alta do dólar a esse nível, está correndo um risco significativo", afirmou Fraga antes de participar de palestra promovida pelo Institute Of International Finance (IIF) que ocorre em paralelo à reunião anual conjunta do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial. "Não acredito que o próximo presidente do Brasil, quem quer que seja, vá confirmar essas expectativas negativas que estão embutidas na taxa de câmbio atual. Então, quem está ganhando com a alta do dólar pode não ganhar amanhã. É bom tomar cuidado", acrescentou o presidente do BC. Segundo ele, a situação real do Brasil é totalmente diferente desta que enxergamos agora, nos spreads (prêmio de risco) e taxa de câmbio. Fraga alertou que é preciso tomar cuidado para que as expectativas negativas deste momento não predomine sobre o real. Fraga também acha que as pessoas não devem concentrar tanta atenção para o fato de que o valor do real hoje estar menor do que o valor do peso argentino. "Não é adequado fazer uma comparação entre moedas, quanto elas valem. Não é a comparação numérica que importa, é preciso ver qual é a taxa de inflação de cada país", afirmou Fraga, lembrando que no México, um país que tem atravessado as crises nos mercados emergentes, com menor grau de turbulência, a taxa de câmbio é de cerca de 10 pessoas para um dólar. Meta - Fraga se disse confiante de que o próximo governo fará as escolhas certas em relação à política econômica, dando continuidade às medidas macroeconômicas saudáveis. Indagado se é preciso um aumento da meta de superávit fiscal primária, de 3 75% do PIB para esse ano e 2003, em razão da forte depreciação do câmbio, o presidente do BC disse que a taxa de câmbio e o esforço fiscal não são variáveis que possam ser analisadas na mesma unidade de tempo. "Não se pode dar uma resposta fiscal que tenha a ver com decisões estruturais de médio prazo, levando em conta a taxa de câmbio do dia", afirmou. Para ele, a taxa de câmbio em termos reais está excessivamente depreciada. "Se nós trabalharmos com segurança e bom senso, a taxa de câmbio vai voltar a se apreciar. Quanto ao esforço fiscal, esse não é um problema que deva ser trabalhado no horizonte de dias ou sequer semanas ou meses", afirmou Fraga. Ele ressaltou que o Brasil como um País, não ganha num momento de ansiedade como este, em que o dólar disparou.

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