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França acusa Kia e Hyundai por dumping

Por AE
Atualização:

O governo francês acusou as montadoras sul-coreanas Kia e Hyundai por concorrência desleal na venda de carros na França, aumentando as importações no país, enquanto as vendas de marcas locais seguem em queda.Discursando durante a convenção anual do Partido Socialista Francês, o ministro da indústria, Arnaud Montebourg, disse que as duas montadoras estão competindo em níveis inaceitáveis de dumping contra a indústria francesa.Em maio passou a valer um acordo de livre comércio entre a Coreia do Sul e a França, assinado em 2011. No início deste mês, o ministro Montebourg emitiu uma declaração dizendo que as importações de carros sul-coreanos haviam crescido 50% em janeiro e fevereiro de 2012 na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o ministro, este aumento se deu principalmente em carros menores, movidos a diesel, um nicho onde os franceses eram tradicionalmente fortes.Montebourg disse que é preciso que a União Europeia olhe urgentemente para os aumentos súbitos de importações a fim de tomar uma "nova medida" para os setores sensíveis, como o automotivo.Segundo dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), Hyundai e a Kia venderam 391.511 carros na União Europeia só no primeiro semestre deste ano, representando um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. As duas marcas juntas aumentaram seu market share em 5,9% na primeira metade do ano, ante 4,7% no mesmo período de 2011.Os dados da Associação Francesa de Montadoras (CCFA) mostram que a produção automobilística da França caiu 17% nos primeiros sete meses deste ano. Em relação ao mesmo período de 2011, as vendas da Hyundai cresceram 30%. Neste mesmo período, as vendas das francesas Peugeot e Renault caíram 20% e 17%, respectivamente.As quedas de vendas das montadoras francesas também se explicam pela crise econômica no continente, que fez reduzir as vendas nos países da Europa Ocidental. Nos últimos meses a Peugeot anunciou cortes de gastos, demissões em massa e o fechamento de uma fábrica em Aulnay, ao norte de Paris. As informações são da Dow Jones.

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