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França admite crise no SocGen e quer renúncia de chairman

SocGen descobriu uma enorme negociação de ações não autorizadas negociadas por um de seus empregados

Por Reuters
Atualização:

O governo francês advertiu nesta terça-feira, 29, os bancos rivais para não tentar obter o controle do Société Générale, que procura se recuperar de perdas que teriam sido causadas por um operador, mas colocou pressão para que o presidente da instituição se demita. "O governo está muito atento a todas as tentativas de desestabilizar o Société Générale", disse o primeiro-ministro, François Fillon, a jornalistas. "O governo não quer que o Société Générale seja objeto de movimentos hostis de outras empresas." No dia 24 de janeiro, o SocGen descobriu uma enorme negociação de ações não autorizadas negociadas por um de seus empregados, que resultou em perdas de 4,9 bilhões de euros (7,2 bilhões de dólares).   Veja também:  Golpista do Société Générale é solto depois de assumir operações fictícias Jerome Kerviel, um operador júnior de 31 anos, foi posto sob investigação por abuso de confiança e outros delitos na segunda-feira, mas os juízes derrubaram a maior acusação de fraude fiscal feita pelo banco e os procuradores o colocaram em liberdade sob fiança. O governo expressou sua contrariedade por não ter sido informado antes de que o escândalo do SocGen viesse à tona na semana passada. Os diretores do SocGen sofreram mais embaraços quando o procurador-geral francês revelou na segunda-feira que a Eurex, uma bolsa de derivativos controlada pela Deutsche Boerse, havia questionado as posições de Kerviel em novembro, mas que o operador tinha conseguido evitar que as questões chegassem a seus superiores. Boatos   A situação do SocGen alimentou antigas especulações de que o BNP Paribas, maior banco francês listado em bolsa, pode fazer uma oferta de compra. A instituição escapou de uma tentativa de compra pelo BNP em 1999. A ministra da Economia da França chamou à responsabilidade as lideranças do banco nesta terça-feira usando uma linguagem dura, que analistas disseram ser incomum para um membro importante do Executivo. "O Société Générale está numa situação de crise", disse a ministra Christine Lagarde à rede de TV LCI nesta terça-feira. "Em momentos de dificuldade, os membros da diretoria devem decidir se a pessoa no comando é a melhor para conduzir o navio quando ele está fazendo um pouco de água ou se precisam mudar o capitão", disse a ministra. Analistas disseram que os comentários colocaram pressão sobre o chairman, Daniel Bouton, para deixar o cargo após o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pressionar os diretores do SocGen na noite de segunda-feira. O presidente afirmou que eles teriam que aceitar sua parcela de responsabilidade pelo maior escândalo do tipo no mundo.

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