Publicidade

França anuncia pacote bilionário para montadoras

Governo Sarkozy irá conceder empréstimos de 7,8 bilhões de euros à indústria automotiva.

Por Daniela Fernandes
Atualização:

O governo francês anunciou nesta segunda-feira um pacote de ajuda de 7,8 bilhões de euros à indústria automobilística do país, cujas vendas estão sendo fortemente afetadas pela crise econômica. Em contrapartida, as companhias Renault e o grupo PSA Peugeot Citroën se comprometeram a não fechar fábricas na França e não efetuar demissões. As duas montadoras francesas receberão, cada uma, empréstimos de 3 bilhões de euros por um prazo de cinco anos, com juros totais de 6% ao ano, bem mais baixos do que essas empresas, em crise, conseguiriam obter no mercado. A companhia de caminhões Renault Trucks, que pertence à sueca Volvo, receberá 500 milhões de euros. O pacote ainda precisa ser aprovado pela Comissão Europeia, que irá avaliar se os empréstimos não ferem as regras de concorrência do bloco. Além desses empréstimos, que totalizam 6,5 bilhões de euros, foi anunciada uma nova ajuda de 1 bilhão de euros para as financeiras das montadoras, que realizam empréstimos ao consumidor, e também mais 300 milhões de euros para o setor de autopeças. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que os empréstimos concedidos à Renault e ao grupo Peugeot Citroën permitirão que as duas empresas "preparem serenamente seu futuro e financiem seus compromissos". Pelo acordo firmado com o governo, as montadoras deverão utilizar o dinheiro para fazer investimentos maciços no desenvolvimento de carros ecológicos, visando o cumprimento das diretivas europeias contra o aquecimento global. Sarkozy também reiterou outra condição importante para a concessão dos empréstimos: os construtores "devem fazer tudo para evitar demissões". O setor automobilístico na França emprega 2,5 milhões de pessoas, o que corresponde a 10% da população economicamente ativa. "Consciente de seu compromisso com o Estado, o grupo PSA não fechará fábricas na França. Nas circunstâncias atuais, a empresa não colocará em prática planos de demissões", anunciou a PSA em um comunicado. O grupo PSA informou ainda que lançará, nos próximos dois anos, em cada uma de suas cinco fábricas francesas, "um ou vários modelos novos de carros". A Renault também se comprometeu a não efetuar demissões em 2009. O governo francês pediu ainda que as companhias limitem o pagamento de dividendos aos acionistas neste período de crise e também os salários de seus dirigentes. Segundo a imprensa francesa, o governo teria preferido anunciar o pacote de ajuda antes da divulgação dos resultados financeiros de 2008 dos grupos PSA e Renault, respectivamente na quarta e quinta-feira, por temer que as agências de notação de crédito pudessem reduzir a avaliação dos fabricantes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.