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França cobra transparência das empresas

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro ministro da França, Jean Pierre Rafarrin, após ter recebido em seu gabinete a visita do presidente da Comissão de Operações de Bolsa, decidiu intervir para tentar acalmar o mercado financeiro. A bolsa de valores em Paris registrou nova queda, 5,25%, atingindo o nível mais baixo desde outubro de 1998. Ele disse que as relações entre o crescimento econômico e a bolha tecnológica são bem mais distantes na Europa do que nos Estados Unidos. A forte queda ocorrida nos mercados financeiros europeus foi uma conseqüência direta do escândalo financeiro WorldCom, que oficializou seu pedido de concordata, depois da descoberta de fraude nas suas contas no valor de US$ 3,85 bilhões. O governo francês espera também iniciativas das próprias empresas para tornar mais transparente os números de sua administração pois, do contrário, poderá impô-las. Mais tarde, o chefe do governo francês , em Poitiers, interior da França, insistiu em afirmar que apesar das fortes turbulências desses últimos dias, não acredita que as repercussões da queda das bolsas sejam graves para o crescimento econômico da Europa, mesmo servindo de advertência. Os investidores europeus, segundo uma pesquisa Gallup, se mostram preocupados, mas não desesperados com a evolução atual da situação. A confiança, a curto prazo, encontra-se no seu nível mais baixo. Segundo alguns analistas, a palavra ?confiança? praticamente desapareceu do dicionário das bolsas européias. O primeiro ministro Raffarin recomendou que as empresas européias não cessem, mas, ao contrário, continuem investindo para não prejudicar a retomada do crescimento econômico. Ele reconhece que a bancarrota do grupo WorldCom e as denúncias de irregularidades praticadas por grandes empresas deprimem o mercado, mas diz que é preciso coragem para enfrentar essa situação, pois os fundamentos da economia francesa e européia são globalmente positivos. Para Raffarin a França é um país onde as informações financeiras das empresas são bem mais completas e mais transparentes do que nos Estados Unidos. O governo criará, a partir de outubro, um projeto de lei de segurança financeira. Também as empresas preparam-se para iniciativas nessa área. Entre elas, estuda-se um reforço do papel dos comitês de auditoria, do papel de administradores independentes, da ética da remuneração dos dirigentes. O Estado poderá, se for o caso, impor algumas medidas.

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