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França encerra investigação sobre fraudador do SocGen

Por Danielle Chaves
Atualização:

Juízes franceses encerraram nesta segunda-feira uma investigação de um ano sobre Jérôme Kerviel, ex-operador do Société Générale (SocGen) acusado de fazer transações arriscadas não autorizadas pelo banco. Kerviel e seu ex-assistente, Thomas Mougard, poderão enfrentar um julgamento sob acusação de que esconderam de seus superiores uma série de operações com derivativos arriscados e causaram ao banco um prejuízo de 4,9 bilhões de euros (US$ 6,4 bilhões). Quando descoberto, o prejuízo causado por Kerviel correspondia a um dos maiores escândalos com operações de risco da história e minaram a confiança nos bancos franceses. No entanto, depois disso muito bancos franceses registraram prejuízos ainda maiores, em consequência da crise da dívida subprime (de alto risco). Agora que os juízes Renaud van Ruymbeke e Francoise Desset concluíram a investigação, promotores do Estado vão estudar suas conclusões e decidir se vão ou não recomendar o julgamento de Kerviel. Os acusados têm três meses para pedir mais audiências para apresentar novas evidências para o inquérito. Ambos foram libertados da prisão após pagamento de fiança. Kerviel é acusado de quebra de confiança, falsificação de documentos e acesso ilegal a computadores. Mougard foi acusado em agosto de "cumplicidade na introdução de dados falsos em um sistema de informática". Durante a investigação, Kerviel insistiu em que seus superiores no SocGen sabiam sobre suas operações, mas o deixaram continuar enquanto acumulava lucros multimilionários. O SocGen - que está processando o ex-funcionário em uma ação civil paralela - nega o fato. Van Ruymbeke e Desset sinalizaram durante a investigação que consideravam Kerviel uma testemunha pouco confiável. De todo modo, o órgão regulador do sistema financeiro da França multou o SocGen em 4 milhões de euros em julho, pelo que chamou de "deficiências graves" em controles internos, que permitiram que a situação seguisse sem ser detectada por tanto tempo. O órgão regulador também emitiu uma advertência formal para o banco por não conseguir evitar as perdas. Cinco empregados do banco foram demitidos e dois outros renunciaram. Kerviel se entregou à polícia no dia 26 de janeiro do ano passado, dois dias depois de o banco revelar as perdas. As informações são da Dow Jones.

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