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Frango brasileiro será testado pela Europa

Por Agencia Estado
Atualização:

Toda a carne de frango brasileira desembarcada na Europa, ou seja, uma amostragem de 100% da carga, terá que passar pelo teste da presença do nitrofurano, um antibiótico proibido no Brasil desde maio deste ano. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União Européia (UE) no dia 12 de outubro e significará a retenção do produto nos portos europeus por mais de três semanas, elevando assim os custos para os exportadores. Até agora, o teste era aplicado pela UE em uma amostra correspondente a apenas 3% da carga. Na última sexta-feira, o governo brasileiro tentou reverter a decisão, formalizando, através da missão em Bruxelas, a proposta de suspensão do registro de exportação de uma das empresas, que teria embarcado sua carga mesmo depois da proibição brasileira do uso do antibiótico. A sugestão da proposta foi dada pela própria Comissão Européia, na ocasião em que o comitê permanente da cadeia alimentar e saúde animal da União Européia (UE) aprovou, no dia 20 de setembro, a obrigatoriedade do teste de nitrofurano para toda a carga brasileira. A proposta ainda será avaliada pelo comitê da cadeia alimentar. A idéia não foi bem recebida, a princípio, porque poderia representar um "mea culpa". O Brasil alegou que a carga teria sido embarcada em abril, no mês anterior à proibição do nitrofurano no País. A decisão comunitária de reavaliar as regras do teste aplicado nas cargas de frango brasileiras foi tomada depois do último controle, do dia 25 de julho, quando técnicos da UE detectaram a presença do nitrofurano, apesar de este já estar proibido no Brasil. A disputa do nitrofurano com a UE começou no primeiro semestre, quando três lotes de frango brasileiro com resíduos do antibiótico foram apreendidos na Irlanda do Norte e na Holanda. O governo brasileiro alegou que o nitrofurano só pôde ser detectado porque a UE aumentou, sem aviso prévio, o rigor dos testes aplicados nos produtos importados. Mesmo assim, para não atrapalhar as vendas para um de seus principais clientes, o País alterou suas regras internas, proibindo integralmente o uso do antibiótico, que era permitido, até então, em níveis controlados. Em 2001, o Brasil se posicionou no ranking mundial como o segundo exportador de carne de frango, com uma fatia do mercado internacional de 18%. Na UE, os maiores importadores do filé de frango brasileiro são Reino Unido, Holanda e Alemanha - esta última é responsável por mais da metade das compras.

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