PUBLICIDADE

Frango leva Brasil e Argentina à OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da visita do presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, ao Brasil a partir desta quarta-feira para tentar reativar o comércio bilateral, os dois países se reúnem, também nesta quarta, em Genebra, com os árbitros da Organização Mundial do Comércio (OMC) para debater as barreiras impostas por Buenos Aires ao comércio de frango. Durante o encontro, que terminará na próxima quinta-feira, os árbitros vão questionar os argentinos sobre as razões para a aplicação da medida protecionista que acaba prejudicando as exportações brasileiras. O Brasil alegará que a medida antidumping estabelecida pelo governo argentino há dois anos viola oito pontos da regras da OMC. Para o Itamaraty, a lei representa uma iniciativa para evitar que os produtos brasileiros supostamente invadam o mercado vizinho. Segundo as regras da OMC, as barreiras antidumping são aplicadas após uma investigação que comprova que um determinado produto estaria entrando no mercado com preços desleais e gerando prejuízos para a indústria nacional. Com base nessa regra, Buenos Aires argumentará que os produtores brasileiros estariam vendendo o frango nacional na Argentina a preços inferiores aos praticados no mercado brasileiro, o que comprovaria o dumping. O resultado dessa prática, segundo a Argentina, tem sido a perda da competitividade do frango argentino em seu próprio mercado. Por esse motivo, as autoridades em Buenos Aires estabeleceram um preço mínimo de US$ 0,98 o quilo de frango, para que o produto brasileiro possa entrar no país. Caso o valor mínimo não seja respeitado, uma taxa é cobrada. A Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) argumenta que a realidade é que o produto nacional é mais competitivo do que o argentino e, por isso, ganha mercado. Segundo os produtores, somente no primeiro ano da aplicação da barreira argentina, os prejuízos para o País superaram R$ 150 milhões. Após escutar os dois países, três árbitros internacionais vão decidir se o argumento do Brasil deve ser respeitado pelos argentinos. A decisão da OMC, porém, somente será divulgada no final do ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.